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Milão quer homem mais colorido, ousado e feliz para o próximo inverno

Looks de Roberto Cavalli e Jil Sander para o Inverno 2011, desfilados em Milão - Getty Images
Looks de Roberto Cavalli e Jil Sander para o Inverno 2011, desfilados em Milão Imagem: Getty Images

JULIANA LOPES

Colaboração para o UOL

20/01/2011 07h00

“Wild”. Esta foi o termo usado por Massimiliano Giornetti, diretor criativo da Salvatore Ferragamo, para definir a tendência que ele acredita que a moda masculina deva seguir daqui por diante. Quando uma marca de estilo tão tradicional começa a ter estas vontades de moda selvagens, é um sinal de que algo pode mudar no tão conservador guarda-roupa do homem.

“A moda está mais relaxada. Por isso escolhemos tecidos mais soltos, macios, como o veludo”, disse o diretor criativo da grife italiana em entrevista ao UOL Estilo, depois do desfile.

Diretor de arte da Vogue Itália e da Vogue Uomo (a Vogue Homem italiana) há vinte anos, Luca Stoppini acredita que a nova postura – não só mais relaxada, mas mais ousada - seja reflexo de uma recuperação financeira. “Acabamos de sair de uma crise, de um período difícil. Então era previsível que isso acontecesse, que as empresas agora perdessem o medo. Deste modo, a coleção vem menos globalizada: as marcas voltaram a buscar sua própria identidade e não hesitaram em apresentar pontos de vista fortes com cores inovadoras, materiais mais brilhantes. Referências que normalmente servem para a moda feminina”, disse, em entrevista ao UOL Estilo.

O brilho, as cores vivas e a postura menos austera – mas ainda elegente – tornam o Inverno 2011 uma estação de homens mais felizes.

Veja, a seguir, as principais tendências que compõem esta fórmula do “Prozac” fashion da moda masculina para a próxima estação:

- cores vivas (vermelho, bordô, ferrugem, amarelo, azul, principalmente), usadas em tons fortes e puros. Geralmente em coleções invernais via-se tanto preto, cinza e no máximo pastel. O caminho agora é ser mais colorido, com elegância;

- volumes maiores. As calças skinny e as clássicas ainda continuam sendo apresentadas, mas existe uma linha que quer quebrar este formalismo. Para isso, muitas grifes aumentaram o volume das calças. Um exemplo claro é a entrada final dos modelos, da Dolce&Gabbana, com paletó de terno combinado com calças jeans de cavalo baixo. Outro exemplo são as calças “moles” de Giorgio Armani;

 - veludo liso e outros tecidos lustrosos e brilhantes. O veludo, além de dar brilho, adequa-se tanto a looks soltos quanto aos mais estruturados. E a moda hoje está misturando as duas coisas: estrutura sólida e volumes mais relax. O brilho não é um brilho “arrumadinho”, mas uma opção bem humorada;

- beleza menos impecável: modelos bastante barbudos apareceram no casting. Cabelos mais compridos também. Poucas marcas apresentaram modelos muito arrumadinhos;

- acessórios vintage que dão um ar chic-cômico. Suspensórios, chapéu-coco, óculos de grau, gravatas-borboleta. Ainda são tendências mais raras, mas parecem já ter sido captadas pelos fashionistas mais atentos pelas ruas de Milão (ver Moda da Rua).