Topo

Igreja Católica é investigada por 148 casos de abuso sexual no Chile

O número de vítimas já chega a 255, segundo o procurador nacional, Jorge Abbott - Getty Images/iStockphoto
O número de vítimas já chega a 255, segundo o procurador nacional, Jorge Abbott Imagem: Getty Images/iStockphoto

Da EFE, em Santiago

08/01/2019 18h27

O Ministério Público do Chile investiga 148 casos de supostos abusos sexuais cometidos por pessoas vinculadas à Igreja Católica, enquanto o número de vítimas já chega a 255, segundo informou nesta terça-feira o procurador nacional, Jorge Abbott.

O representante do órgão atualizou os números das investigações dos supostos abusos sexuais do clero chileno e destacou que uma grande parte dessas causas foram abertas na procuradoria regional de O'Higgins.

"Houve grandes progressos nesta região. As pessoas que foram historicamente vítimas tiveram a oportunidade de denunciar os abusos dos quais foram alvo e isto abriu a possibilidade de assumir a reparação pedida pelas pessoas que são abusadas em um contexto tão particular como é a relação da Igreja com os fiéis", comentou o procurador.

Abbott garantiu que as investigações continuarão para tentarem esclarecer os 148 casos, de modo que os denunciados sejam sancionados pelos tribunais, e que, mesmo se os crimes estiverem prescritos, as vítimas tenham pelo menos a possibilidade de expor os abusos que sofreram.

A procuradoria enviou nos últimos meses ao Vaticano várias solicitações para obter os expedientes canônicos de clérigos chilenos investigados por abusos, mas as respostas da Santa Sé foram "parciais", disse Abbott.

"Tivemos respostas parciais do Vaticano, não as que queríamos e também não com toda a informação que desejávamos, mas estamos insistindo com o Vaticano, cujas autoridades prometeram apoiar a nossa investigação", explicou.

Abbott declarou que confia na cooperação das lideranças do clero chileno, mas alertou que, se houver tentativas de obstrução, as "investigações continuarão e serão solicitadas as sanções correspondentes". EFE