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Freiras dizem que sofreram "anos" de abusos sexuais de padres no Chile

Missionárias deixaram igreja católica após denúncias - iStock
Missionárias deixaram igreja católica após denúncias Imagem: iStock

Da EFE, em Santiago

25/07/2018 16h12

Um grupo de freiras que saiu da Igreja Católica denunciou ter sido "por anos" alvo de abusos sexuais de padres e que isso foi ignorado pelas autoridades eclesiásticas na congregação "Irmãs do Bom Samaritano", na região de Maule, conforme informações divulgadas por um canal local.

Em declarações ao programa "Informe Especial", exibido ontem no canal estatal "TVN", as religiosas asseguraram que também foram vítimas de abusos trabalhistas no convento. Conforme o relato, depois de denunciarem, elas foram punidas e expulsas da congregação sem qualquer compensação.

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Yolanda Tondreaux, uma das freiras, disse ao programa que foi beijada e acariciada por um padre, assim como outras integrantes do local. Ela faz parte de um grupo de 23 freiras expulsas da congregação sem ressarcimento econômico por ter feito a denúncia de abusos.

O programa também exibiu o relato de outras duas religiosas, Eliana Macías e Consuelo Gómez.

Elas disseram ter conversado em janeiro com o arcebispo de Malta Charles Scicluna, enviado pelo papa Francisco para ouvir vítimas de abusos da Igreja, mas afirmaram que até o momento não receberam resposta oficial sobre as denúncias.

A visita de Scicluna, que se repetiu em junho, marcou uma mudança na atitude do pontífice frente aos abusos no Chile e abriu um período de mudanças que até agora significou a renúncia de cinco bispos.

O Ministério Público do Chile informou ontem que 158 pessoas envolvidas com o clero foram ou estão sendo investigadas desde o ano 2000 por abusos sexuais contra 266 vítimas, sendo 178 menores de idade. Entre os investigados está o cardeal Ricardo Ezzati, arcebispo de Santiago, que foi chamado para depor em 21 de agosto.