A força da representatividade negra de Beyoncé está além das imagens
Na coluna da semana passada falei muito do trabalho de Anifa Mvuemba, a estilista à frente da marca Hanifa. Hoje volto a falar do trabalho de mais designers talentosas, mais especificamente daquelas que tiveram seu trabalho mostrado no filme "Black is King", novo trabalho de Beyoncé.
Baseado nas músicas do disco "The Lion King: The Gift", o álbum visual também é inspirado na releitura do filme O Rei Leão. Nele, Beyoncé mostra todo seu brilhantismo, celebra o poder da cultura negra e, sem dúvida, cria uma obra de arte bem mais impressionante que o remake hiper-realista de 2019.
Para construir uma narrativa recheada de referências, a cantora se aliou a muitos artistas geniais. Mas, falando particularmente de moda, a principal responsável por criar um visual único para o filme foi a stylist Zerina Akers, que tem uma longa relação com Beyoncé e que também foi responsável pelo figurino do Beychella.
Ao unir nomes consagrados como Pierpaolo Piccioli e Ricardo Tisci a designers menos conhecidos, Zerina criou imagens de moda impressionantes e profundas, que contam histórias sobre beleza, ancestralidade e ressignificação, como os exemplos abaixo:
A brasileira Loza Maléombho
Durante a música Already, quando vestiu essa jaqueta estruturada com detalhes dourados da estilista Loza Maléombho. Nascida no Brasil e criada entre os Estados Unidos e Costa do Marfim, ela comentou no Instagram: "Eu poderia sentar aqui e visualizar Beyoncé em uma das minhas peça, eu já fiz isso? mas nunca em meus sonhos mais loucos eu poderia imaginar ela ARRASANDO no afrobeat e exaltando a cultura africana como ela fez usando uma de minhas peças!!"
O haitiano Venny Etienne
Ou quando usou esse combo de jaqueta, feita pelo estilista haitiano Venny Etienne (ex-participante do programa Project Runway), e macacão floral feito à mão pela estilista S.Garvey na mesma faixa.
A senegalesa Adama Paris
Ou quando posou usando esse conjunto amarelo feito sob exclusivamente para o figurino pela estilista senegalesa Adama Paris.
Os afro-americanos KËAMA
Durante a música Water, quando ela usa um vestido azul de tule de um ombro só e luvas no mesmo tom tudo criado pela marca de empreendedores negros, KËAMA.
Jerome LaMaar
Quando usou essa espécie de híbrido entre macacão e casaco feito com renda nigeriana pelo designer Jerome LaMaar. O visual foi finalizado com madrepérola e o estilista postou a foto de Bey falando que o que faz daquilo arte são os detalhes.
Ao decidir usar essas peças, Beyoncé faz um statement de representatividade negra que vai muito além das imagens. Ela não só demonstra respeito às suas origens, como também abre caminho em direção a um futuro mais rico, onde uma moda com aspirações de progresso social pode se concretizar.
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