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Fabi Gomes

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Ama, odeia ou tolera relações acessórias?

Elenco de "A Grande Família", da Globo: quanto você quer lidar com os familiares do seu par? - Reprodução GLobo / Wikimedia Commons
Elenco de 'A Grande Família', da Globo: quanto você quer lidar com os familiares do seu par? Imagem: Reprodução GLobo / Wikimedia Commons

Colunista de Universa

15/11/2022 04h00

E aí, como você lida com as suas relações acessórias? Que diabo é isso? Aquelas relações herdadas de outros enlaces, sejam românticos ou não. Na real, se a gente pensar bem, toda e qualquer relação é tipo aquele "lancho" lá: "batata frita e refrigerante acompanham?", com a grande diferença de que sempre acompanha. Resta saber como lidar com esses acompanhamentos.

Bora focar nas mais íntimas. Relações familiares, amorosas e de amizade. Conversando com amigos (e intensamente inserida nesse contexto —fim de semana com eles na praia) a respeito de relações românticas, elocubramos sobre dois caminhos: se entregar para o pacote completo ou se posicionar, deixando claro que teu lance é, eminentemente, com a pessoa, com o conje. Não, você não tá a fim de lidar simbioticamente com mãe, pai, filhos, irmãos, cunhados, primos, cachorrinhos e calopsitas.

Aí você pode lançar: "Puta egoísmo! Comigo, vem toda a minha família e somos muito, muito unidos". Well, mas e se a minha dinâmica familiar for mais difusa e distante? Por exemplo: tem gente que fala e divide detalhes, que vão desde como odeiam seus chefes até a textura das fezes, diariamente com o núcleo duro da família, tipo mãe, pai, filhos, irmãos.

Por outro lado, tem gente que ou nem troca ideia com esse núcleo (especialmente depois de 2018) ou troca eventualmente, de 15 em 15 dias ou quando dá saudade e vontade de falar ou encontrar, mesmo. Onde o amor é maior? Quem mede, quem decide? Pera, mas não é sobre isso que quero trocar com vocês.

Queria levantar aqui a questão sobre se há ou não um "jeito certo" de fazer, de conviver. Essa decisão sobre quanto e como se envolver não deveria vir de uma conversa, um papo reto do casal em si (ou trisal, quadrisal —imagina a treta montar esse lego?)?

Uma conversa em que cada qual joga o sincerão sobre o quanto quer se entregar para tudo isso, e a outra parte entende se aquela entrega lhe basta. Surgiu isso "ae" nesse feriadão: relação amorosa "tem que" vir com tudo? Aventamos a hipótese sobre se algumas datas especiais na nossa cultura, como Natal e Páscoa, já não bastariam para esse convívio, quando ele se dá a fórceps.

O que você acha? Me conta o teu causo ou causos? De quanto do teu ideal de pessoa e relação você tá disposta a abrir mão? Falando nisso, Natal tá aí, hein?

PS: Fiquei pensando no binarismo de hipóteses a que eu meus trutas chegamos... Imagina a intrincada treta de um "ser humani". Agora imagina dois, três, adicione a grande família... PQP....
Acho que não tem jeito certo. Tem lidar, se implicar e elaborar, começando por si próprio, anjo.