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Pelo direito de existir dos LGBT+: pessoas trans que você precisa conhecer
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Enquanto escrevo este texto escuto Liniker, a deusa da minha playlist e agora também da minha TV. A cantora acaba de estrear como atriz na série "Manhãs de Setembro", da Amazon Prime — e de confirmar a minha expectativa de que ela é competente em tudo o que se propõe a fazer. Sai ano, entra ano, e na listinha das mais tocadas do meu app de música sempre tem duas ou três canções dessa mulher fabulosa.
Comecei falando de Liniker porque nesta semana quero te convidar a incluir na sua lista de ídolos algumas pessoas trans que promovem uma transformação social através de suas produções. Liniker, Giovanna Heliodoro (a Trans Preta), Neon Cunha, Jonas Maria e Paula Beatriz são nomes que permeiam meu consciente diariamente com suas produções artísticas, literárias e políticas.
Você é o que você segue na internet. E na minha busca desenfreada por tentar driblar os algoritmos e buscar conteúdos que não me limitem numa bolha cósmica onde só há espaço para quem seja, pense e se comporte igual a mim, vivo me provocando em busca de novos referenciais.
Em razão disso, decidi dividir com você algumas das pessoas trans que eu acompanho, devoro e indico. De escritores a artistas, de figuras políticas a influenciadores, pessoas que nos auxiliam a pensar juntes em novos caminhos que permeiem horizontes cada vez menos desiguais promovendo o direito à vida para pessoas LGBTQIA+ (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, queer, intersexo, assexuais e demais existências de gênero e sexualidade).
Para assistir: Liniker em "Manhãs de Setembro"
A nova série da Amazon Prime "Manhãs de Setembro" é um belo retrato da vida de uma mulher trans. Liniker vive a protagonista Cassandra. Feliz por ter conseguido alugar uma quitinete no centro de São Paulo, de estar vivendo um relacionamento amoroso de cumplicidade e de dividir o sonho profissional de ser cantora com os trabalhos de entregadora de aplicativo, Cassandra descobre Gersinho, seu filho já com nove anos que teve com Leide, antes de viver a transição.
A série se desenrola por entre as vertentes da maternidade enquanto Cassandra tenta buscar sua liberdade sendo uma mulher preta, pobre e trans no país onde a expectativa de vida de pessoas trans não passa dos 35 anos.
Para ler: Meredith Russo
"Apenas uma Garota" (ed. Intrínseca), da americana Meredith Russo, é um livro delicado e intenso ao mesmo tempo, que estou descobrindo com meu filho. Eu e Rafael estamos lendo juntos e amando cada evento. Apesar de ser uma ficção e contar a história de Amanda Hardy, uma jovem trans obrigada a encarar sua identidade e enfrentar a transfobia do mundo que a rodeia, o livro traz muito da vivência da autora.
Para acompanhar nas redes:
Giovanna Heliodoro (a Trans Preta)
Giovanna é historiadora e comunicadora. Mora em Belo Horizonte (MG) e traz na sua fala um sotaque gostoso que eu sempre quero ficar ouvindo. Tudo o que ela fala transcende. Inteligente e coerente em seus vídeos e na sua escrita, Giovanna provoca reflexões importantes como lucratividade das empresas na promoção da diversidade, relacionamento, racismo, moda, entre outros. Recentemente palestrou no Ted X contando sua história.
Jonathas
Eu acompanho Jonas nas redes sociais há muitos anos. Vi Jonas dividir as emoções em torno da sua cirurgia de retirada de mamas, o tratamento com hormônio, o crescimento da barba, a mudança dos traços do rosto. Jonas fala sobre o reconhecimento digno à humanidade e todo dia eu aprendo um pouco mais sobre como não agir de maneira transfóbica — por mais que eu esteja aberta à transformação, preciso aprender.
Para amar: Neon Cunha
Eu amo Neon Cunha, já me declarei pra ela algumas vezes. Neon é uma mulher necessária. Publicitária e diretora de arte é uma mulher que me ensinou que quando se tem certeza da vida não se tem medo da morte. A primeira mulher trans no país a mudar de nome sem diagnóstico de patologia, as conquistas de Neon abrem espaço para uma sociedade. Tem uma entrevista lindíssima dela aqui para Universa que você deveria ler.
Para apoiar: Paula Beatriz
Capão Redondo, bairro da periferia de São Paulo. Ali Paula Beatriz de Souza e Cruz promove a transformação conduzindo a Escola Estadual Santa Rosa e Lima. A primeira transexual assumir um cargo de direção no ensino educacional do estado é querida e respeitada na região. Recentemente, foi homenageada e se tornou nome de rua na favela do Jardim Mitsutani. Paula é uma profissional premiada. Sua atuação para uma educação de qualidade tem sido reconhecida por diversas entidades e seu nome tem se tornado cada vez mais presente num cenário de reconstrução de ideias através da educação.
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