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Opinião

Só um dos dois quer transar? Veja dicas para equilibrar a libido do casal

Equilibrar o ritmo sexual em um casal é, talvez, o maior desafio nos relacionamentos de compromisso. Quando a questão se apresenta, a insatisfação diante das negativas daquele que não quer mais fazer sexo como antes, promove no desejante não só a impossibilidade de descarregar a tensão sexual, mas a incômoda percepção de que o parceiro não o está desejando mais.

Com frequência, essa situação promove insegurança e produz muitas fantasias, sendo a da infidelidade a mais comum. Em contrapartida, um casal de longuíssimo tempo já sabe que o ritmo tende a diminuir e que o desejo passará por fases de menor e maior presença no relacionamento, basta estabelecer uma maneira saudável de resolver a discrepância de desejo entre as partes. Escrevi como se fosse fácil, né? Fica calmo que vou tentar ajudar a achar o caminho.

Nem violência, nem afastamento, nem relação extraconjugal, nem ficar de bico parecendo criança por um mês. Há outras maneiras mais interessantes para engajar o companheiro no ato sexual.

A masturbação é uma estratégia comumente utilizada, pois a prática promove bastante excitação quando é realizada na presença do outro. Aqui, a masturbação tem uma função de redução de tensão sexual, porém não substitui o prazer da relação sexual com seu querido, nem aumenta os níveis de satisfação. É para ser um começo, uma fagulha que levará ao fogo.

Outra maneira é encontrar práticas alternativas para a relação. Bom, aqui queria fazer uma pequena pausa: é interessante ressaltar que a maioria dos casais hétero ainda entende o sexo só como a prática penetrativa, o que acaba problematizando a sexualidade do casal desnecessariamente. Tem até os que ficam contabilizando as vezes que transa - ou penetra -, anotando no calendário para provar que há algo de errado com quem está sem libido... Alguma dúvida de que isso só piora o clima? Não, né. Competir ou tentar achar metas e culpados não é um jeito leve, divertido ou sensual de endereçar o problema.

Que tal investir essa energia em um bom sexo oral? Ou em oferecer sex toys, perguntando se existem fantasia que ainda não realizaram juntos. Aliás, não só as práticas ditas "preliminares" são 'sexo" e ajudam na satisfação sexual, como substituir a intimidade sexual por uma intimidade física, com beijos, abraços e carinhos alimenta a necessidade de contato. Portanto, repelir fisicamente nunca é uma boa opção. Saia da matemática sexual e vá para os beijos na nuca para ganha mais.

Mas é claro que não é para ser nada forçado. A ideia é conversar com o parceiro, alinhar qual será a melhor estratégia, fazer um mimo. Tentar desencadear o desejo do cúmplice, ou se permitir a ser mobilizado pelo outro é uma técnica - principalmente se a discrepância do desejo já é conhecida e traz frustração quando a estratégia não funciona, faz virar mau humor e ameaça de vínculo (ficar horas sem falar ou sendo frio com aquele que recusou a investida).

É uma questão de se abrir a ser "convencido" pelo desejo do outro, a fim de usufruir do momento que está por vir. Isso é diferente de ir para o sexo como se estivesse indo ao matadouro. É pensar #porquenão? se no final me faz feliz, me alegra a alma e me promove prazer. É compreender que o casal tem que sair de uma condição desnivelada para rumar a possibilidade de diversão conjunta.

A comunicação é fundamental a fim de compreender o ritmo e o que motiva o desejo individual: horários favoráveis, apelo dos hormônios, as situações eróticas que estimulam. Aqui também entram os sinais: será que estão claros? Uma brincadeira sexual quer dizer só uma piadinha ou uma intenção real? Lembrando que a comunicação que produz raiva, através da reclamação, nunca é uma forma inteligente.

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Ter relações sexuais de manutenção para proteger os sentimentos do parceiro ou preservar a relação são estratégias utilizadas, muito embora se realizadas só como um "dever" não serão sustentáveis a longo prazo. Se o seu desejo é uma relação duradoura e fortalecida, debater e redescobrir o tesão se faz necessário.

Casais que lançam mão dessas táticas costumam apresentar níveis mais elevados de satisfação sexual. Tente e me conte se abordar a diferença no ritmo sexual funcionou para aumentar a frequência (e qualidade) dos encontros.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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