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Ana Canosa

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Prótese peniana ativada por celular: os sextoys que aliam sexo e tecnologia

A palestrante Bryony Cole - Reprodução/Instagram
A palestrante Bryony Cole Imagem: Reprodução/Instagram

Colunista de Universa

25/05/2021 04h00

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Na última edição do SXSW, o festival que se dedica, desde 1987, a difundir e celebrar a convergência da indústria interativa, cinematográfica e musical e que aconteceu no formato on-line entre 16 e 20 de março passado, Bryony Cole, entusiasta e especialista em sextech, fez uma interessante palestra sobre como a tecnologia tem contribuído para a melhora do prazer e da saúde sexual nos últimos anos e o que mais poderá surgir no futuro. Ela reforça que a associação entre sexualidade e tecnologia, o sextech, vai muito além de robôs sexuais.

"O sextech promete transformar a maneira como pensamos sobre a conexão humana e o sexo. Ela explica e explora esta indústria multifacetada que abrange educação sexual, bem-estar, identidade de gênero, prevenção a violência sexual, medicina e muito mais."

Bryony apresentou, por exemplo, uma espécie de prótese peniana externa, que através de controle pelo smartphone tem uma ereção. Esse tipo de dispositivo não haverá de resolver o prazer sexual físico da penetração para quem o está usando, mas sim favorecer a expressão sexual, que esteja ligada a ludicidade, fantasia ou identidade de gênero, além de oferecer o prazer subjetivo de penetrar a parceria e promover-lhe prazer, caso não se tenha um pênis, ele seja diminuto ou haja um problema grave de ereção. É uma variação tecnologicamente avançada da cinta peniana, vulgarmente conhecida como "cinta-pau".

Outro protótipo interessante, é um que mais parece um grande travesseiro para dormir agarrado, daqueles que atravessam o corpo todo, que tem um sistema interno vibratório, favorecendo a masturbação de quem tem limitações na movimentação de membros superiores, controlado pelo queixo. Sensacional, não?

Na categoria aplicativos, Bryony apresentou vários. O Slutbot que ajuda o usuário a treinar o "sexting", a conversa de teor sexual, ensinando como melhorar as técnicas de aproximação, e o Lover App, cuja missão é fazer do(a) usuário(a) um(a) amante melhor. O Mend App promete ajudar as pessoas que estão sofrendo por um pé na bunda. Outros exemplos como o Dipsea, app de áudios eróticos pode auxiliar na produção de fantasias sexuais, e o Teledildonics, que conecta seus sextoys através de rede bluetooth. Já o Yo é um tipo de teste de esperma, que promete transformar seu celular em um microscópio, possibilitando medir a motilidade dos seus espermatozoides.

Na categoría wearables achei especialmente interessante os Ohnu uma espécie de anéis de borracha que devem ser colocados na base do pênis, mais grossos que os anéis penianos comuns, e que fazem uma limitação na penetração, evitando a dor para pessoas sensíveis a uma penetração mais profunda. Homens com pênis de dimensões maiores que a média têm especialmente dificuldades de convencerem as parcerias que haverá cuidado na penetração e talvez com os anéis visíveis haja um pouco mais de confiança.

Bryony mostrou também a Rape-aXe uma camisinha feminina criada por uma sul-africana, com uma espécie de farpas internas; quando um homem coloca o pênis dentro as farpas grudam no pênis e só é possível retirar a camisinha no hospital.

Ainda sobre esse tema, ela citou a plataforma Callisto, onde é possível denunciar agressores sexuais, obter apoio e orientação psicossocial e jurídica. Inclusive, a ideia de sexo consentido começa a aparecer em alguns jogos de videogames que punem o jogador, caso partam para a ação, sem consentimento ou firam as regras pré-estabelecidas, mostrando que é viável incorporar ética ao sexo virtual.