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One Hyper agrada na câmera pop-up e bateria, mas desempenho o limita

Motorola One Hyper - Reprodução
Motorola One Hyper Imagem: Reprodução

Wellington Arruda

Colaboração para Tilt

15/04/2020 12h00

O Motorola One Hyper é um dos celulares mais legais entre todos os seis da linha One lançados até agora. Ele é a aposta da Motorola em um aparelho mais inovador, mas como um intermediários premium, ainda não é um top de linha para brigar com iPhones ou os Galaxy S.

Ele tem como forte diferencial uma câmera retrátil que se esconde no corpo do celular. Isto, por si só, já permite que a tela fique completa, sem entalhes ou furos para acomodar o sensor de câmera.

Mas, além dos seus truques e qualidades, o One Hyper ainda peca em alguns pontos. Ele foi lançado por R$ 2.499 em dezembro de 2019, e contamos agora o que vale a pena e o que pode desagradar no celular.


Motorola One Hyper

Preço

R$ 2.499 R$ 1.554 (Shopping UOL - 13/04/2019)
TILT
3,9 /5
USUÁRIOS
4,8 /5
ENTENDA AS NOTAS DA REDAÇÃO

Pontos Positivos

  • Carregamento muito mais rápido que o tradicional
  • Tela grande e sem nenhum tipo de recorte
  • As câmeras principal e de selfie têm alta qualidade

Pontos Negativos

  • Câmera de ângulo aberto tem experiência muito abaixo das outras duas
  • Tamanho e peso desconfortáveis
  • Desempenho limitado em jogos ou atividades de multitarefa

Veredito

O Motorola One Hyper avança em tecnologia, mas ainda é um intermediário. Ele oferece tela grande com câmera retrátil, ou seja, sem distrações; carregamento ultrarrápido e faz boas fotografias. Seu desempenho ainda é limitado e, certamente, ele precisa de alguns refinamentos de software. Mas nada que atrapalhe totalmente a experiência de uso, considerando que ele já está atualizado para o Android 10.

A tela do One Hyper ocupa quase toda a frente (exceto pelos contornos na área inferior) e a câmera de selfies está em um módulo motorizado no canto. Esse motor só mostra a câmera quando ela é acionada.

Suas cores (azul oceano, vermelho âmbar e rosa boreal) são todas em degradê, e no canto esquerdo há uma faixa pontilhada que destaca o nome da marca. Ela está alinhada ao conjunto de câmeras, e logo abaixo vem o leitor de impressões digitais.

Motorola One Hyper - frente - Wellington Arruda/UOL - Wellington Arruda/UOL
Imagem: Wellington Arruda/UOL

Motorola One Hyper - traseira - Wellington Arruda/UOL - Wellington Arruda/UOL
Imagem: Wellington Arruda/UOL

O sensor pode arrastar a 'Central de Notificações' e tem um LED circular para notificações e outros alertas. Seu brilho é adaptável e ainda pode ser ajustado manualmente. Mas, para que a luz seja funcional, o celular precisa estar com a tela virada para a superfície, o que não é lá muito confiável.

Este é o maior celular da linha Motorola One e também o mais pesado. Se você tem mãos pequenas ou prefere melhor ergonomia, este não é o modelo ideal. Seus cantos são arredondados na traseira e os botões ficam na direita, mas não são tão fáceis de serem alcançados.

Já o corpo do celular é em plástico liso espelhado/reflexivo —apesar de parecer de vidro— ficando um tanto escorregadio. Outro ponto fraco é que ele traz apenas a fraca "proteção repelente a respingos acidentais de água". Apesar disso tudo, o conjunto do design é bonito.

Entre os intermediários na mesma faixa de preço, o One Hyper oferece uma das experiências mais legais de tela. São 6,5 polegadas (16,5 cm) confortáveis o suficiente para assistir a vídeos e filmes inteiros, mas também para trabalhar e jogar tranquilo.

Ele tem resolução Full HD+ e um bom nível de nitidez. Mas, para telas desse tamanho, algo superior (Quad HD+, por exemplo) traria mais imersão.

Com uma tela grande, dá por exemplo para navegar no Chrome ou fazer anotações enquanto deixa um vídeo rolando em uma janela flutuante sem prejudicar tanto a visualização. Os ângulos de visão também são bons, além das cores que, por padrão, são mais saturadas.

Com jogos, a experiência é boa especialmente com os já adaptados para telas grandes. Alguns jogos e apps ainda podem ficar esticados ou com bordas pretas nos cantos, mas isto é algo que tende a diminuir com o passar dos anos. E a experiência positiva de se usar uma tela grande e sem intervenções é graças ao motor pop-up da câmera de selfies.

Mas, também vale lembrar que esta não é uma tela de Amoled, que privilegia a saturação e cores; logo, há uma certa desvantagem contra rivais da Samsung ou Xiaomi, por exemplo. O nível máximo de brilho também não faz um ótimo trabalho sob luz solar forte, mas agrada na maioria dos ambientes.

Apesar de ser um intermediário com preço alto, o One Hyper não tem desempenho bruto. Ele usa o mesmo modelo de processador do Galaxy A70, Redmi Note 7 Pro e do seu irmão Motorola One Zoom. Além disso, foi o primeiro da marca a chegar com Android 10.

O smartphone vem com 128 GB de armazenamento interno, e aceita expansão por cartão microSD. Mas a entrada é híbrida —cabe ou o cartão de memória ou o de operadora— o que não vai agradar quem também curte usar duas contas telefônicas. Se você for dessa turma, vai perder a opção por microSD.

Usar uma versão atual do Android é muito positivo, mas seu desempenho não chega a ser ótimo. Por exemplo: jogos como Fortnite, Asphalt 9, GTA: San Andreas, Call of Duty e outros funcionam bem, mas os gráficos no máximo podem ocasionar quedas claras de quadros por segundo. Se você não pretende passar por grandes jogatinas, ficará bem.

Senti uma certa demora para carregar alguns aplicativos, além de dificuldade em mantê-los abertos por muito tempo em segundo plano. Nada disso deve afetar quem faz um uso mais regular, mas são coisas que incomodam quem espera por desempenho mais forte. Neste quesito, seguimos sem grandes avanços, mas em um nível confortável.

A Motorola fez adições já conhecidas no software, como o widget de hora e tempo ou o app Moto. O One Hyper traz gestos para ativar/desativar a lanterna ou câmeras, ou de virar o aparelho para ativar o modo "não perturbe", por exemplo.

Essa leve camada de modificações na interface e de recursos é importante. Por outro lado, parece ter faltado refinamento em outros pontos. O app de câmera travou algumas vezes ao alternar entre os modos disponíveis, e em alguns casos só voltou a funcionar quando o celular foi reiniciado.

Uma das coisas mais legais do One Hyper é a sua bateria. A Motorola trouxe 4.000 mAh de capacidade, que junto de um processador não muito exigente consegue manter tempo de uso satisfatório.

Ele foi capaz de salvar cerca de 20% ao fim de cada um dos dias de testes. Sob uso mais intenso, não vai durar tanto, mas se mantém com sorte até o fim do dia. No geral, a bateria é boa, mas não ótima. O seu carregador é que faz um trabalho mais expressivo.

O TurboPower que acompanha o One Hyper tem 45W de potência e conector USB-C nas duas pontas. Com o celular totalmente descarregado, ele leva 15 minutos para recarregar 41%; 30 minutos para recarregar 74%; e 1h07 para sair dos 0% aos 100%.

A câmera de mais destaque no One Hyper é a frontal, que tem 32 MP. Ela tem um formato de pop-up (retrátil) que se esconde no corpo quando não está sendo usada. A aposta neste módulo foi alta, e suas fotos ficam com ótima qualidade.

Esta é uma das melhores câmeras frontais da faixa que o One Hyper disputa. As fotos ficam com nitidez suficiente para preservar até detalhes e texturas de pele. As cores são bem balanceadas e objetos de fundo em segundo plano normalmente ficam com leve desfoque.

Fotos tiradas com Motorola One Hyper

Em ambientes internos, essa câmera aplica um leve filtro que tira um pouco a nitidez. As selfies ainda contam com o modo Night Vision para fotos noturnas. Dependendo do nível de luz, as fotos podem ficar mais escuras do que no modo automático, mas certamente com mais definição.

E, sim, a câmera retrátil faz um barulhinho mecânico quando é acionada. Ela tem um mecanismo de segurança que guarda o sensor em caso de quedas, também graças a um sensor de gravidade. O movimento de entrar e sair da pop-up é normalmente rápido, mas quando apertamos o botão de energia pra bloquear a tela, ela fica um tempinho lá em cima até se "tocar" que tem que voltar pro celular.

Motorola One Hyper - câmera pop-up - Wellington Arruda/UOL - Wellington Arruda/UOL
Imagem: Wellington Arruda/UOL

Na traseira, ele tem o sensor principal de 64 MP com alto desempenho e um de ângulo aberto com 8 MP. Seu foco tem alta velocidade, e as fotos trazem um alto nível de detalhes e texturas, além de cores vibrantes e bonitas. O alcance dinâmico funciona como o esperado e preserva detalhes de objetos ao fundo das imagens.

Esta câmera também faz fotos muito boas com o modo Night Vision (visão noturna). Ele traz mais nitidez e melhora bastante o alcance dinâmico, além de iluminar bem e com precisão os cenários. Ainda há um certo nível de ruído aparente, mas nada preocupante.

O outro sensor, de ângulo aberto, é mais um quebra-galho e faz fotos razoáveis. Os cantos costumam ficar com distorção perceptível e em cenários noturnos a qualidade é bastante baixa. Com este sensor, o One Hyper tem desempenho melhor com muita luz.

Outro detalhe pode ser observado: as câmeras usam a tecnologia Quad Pixel, que une quatro pixels em um. Assim, as fotos com 64 MP ficam com no máximo 16 MP, e as selfies de 32 MP com 8 MP. Ainda é possível tirar fotos com os 64 MP, embora o padrão seja mais recomendado por corrigir muito bem os cenários e acrescentar nitidez.

O Motorola One Hyper é um dos celulares mais interessantes que a marca lançou para esta linha. Ele avança em termos de tecnologia, mas não avança demais na faixa de mercado.

Como um intermediário premium, ele oferece tela grande e sem recorte por causa da câmera retrátil, além de bateria com carregamento ultrarrápido. Mas, além destes, a câmera principal do smartphone faz um trabalho muito bom, bem como a de selfies.

E tudo isso funciona muito bem, mas seu desempenho ainda é limitado. Também lhe faltou alguma proteção mais forte contra água e mais refinamentos no software. Este segundo ponto, pelo menos, ainda pode ser corrigido pela Motorola nos próximos anos.

Ele fica no meio do Galaxy A51 (R$ 1.629) e Galaxy A71 (R$ 1.949), além de estar próximo do Redmi Note 8 Pro (R$ 1.943). Uma outra boa opção é o Galaxy S10e (R$ 2.399), top de linha "de entrada" de 2019, para quem prefere mais desempenho e ergonomia.

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Especificações técnicas
  • Sistema Operacional

  • Android 10

  • Dimensões

  • 161.8 x 76.6 x 8.9 mm e 210 gramas

  • Resistência à água

  • Não possui

  • Cor

  • Azul, vermelho e rosa

  • Preço

  • R$ 2.499 (lançamento)

Tela
  • Tipo

  • IPS LCD

  • Tamanho

  • 6,5 polegadas

  • Resolução

  • Full HD+ (2340 x 1080 pixels)

Câmera
  • Câmera Frontal

  • 32 MP

  • Câmera Traseira

  • 64 MP (principal) + 8 MP (ângulo aberto)

Dados técnicos
  • Processador

  • Qualcomm Snapdragon 675 octa-core (2 GHz)

  • Armazenamento

  • 128 GB

  • Memória

  • 4 GB

  • Bateria

  • 4.000 mAh