Google é processado em R$ 39 bilhões no Reino Unido por abuso de mercado

O Google está sendo processado no Reino Unido em uma ação coletiva que alega que a empresa abusou de sua posição dominante no mercado de pesquisas online. A ação fala em possíveis danos de até 5 bilhões de libras (cerca de R$ 39 bilhões).
A ação coletiva foi apresentada ao Tribunal de Apelação da Concorrência ontem, e o argumento é que as ações do Google permitiram que a empresa cobre preços mais altos pelos anúncios que aparecem nos resultados de pesquisas do que poderia cobrar se houvesse um mercado competitivo.
Segundo o processo, o gigante da tecnologia dos EUA contratou fabricantes de telefones celulares para pré-instalar o mecanismo de pesquisa do Google e o navegador Chrome em dispositivos Android, e pagou à Apple para torná-lo o mecanismo de pesquisa padrão em iPhones, ações realizadas com a intenção de eliminar a concorrência.
A reivindicação, apresentada pela especialista em direito da concorrência Or Brook em nome de milhares de empresas, alega que o Google garantiu que seu mecanismo de busca tivesse melhor funcionalidade e mais recursos para a oferta de publicidade do próprio Google do que a de seus concorrentes.
O Google afirma que esse é "mais um caso especulativo e oportunista, e vamos nos opor vigorosamente a ele". "Os consumidores e anunciantes usam o Google porque ele é útil, e não porque não há alternativas", disse um porta-voz.
Brook disse que as empresas quase não têm escolha a não ser usar os anúncios do Google para fazerem publicidade de seus produtos e serviços. "Os órgãos reguladores de todo o mundo descrevem o Google como um monopólio", disse ela em comunicado. "O Google tem aproveitado seu domínio no mercado de pesquisa geral e de publicidade em buscas para cobrar mais dos anunciantes", argumenta.
O órgão regulador antitruste da Reino Unido lançou em janeiro uma investigação sobre os serviços de busca do Google, incluindo seu impacto nos mercados de publicidade. A Autoridade de Concorrência e Mercados afirmou, na época, que milhões de pessoas e empresas dependem dos serviços do Google, que representam 90% das buscas e são usados por mais de 200 mil empresas do Reino Unido para fazer publicidade.
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