'Fada vermelha': fenômeno misterioso de milissegundos intriga cientistas

Um astronauta da ESA (Agência Espacial Europeia) registrou um fenômeno parecido com um "raio vermelho" na Terra. O dinamarquês Andreas Mogensen compartilhou o registro nas redes sociais.

O que aconteceu

Andreas Mogensen capturou com uma câmera o fenômeno chamado de TLEs (eventos luminosos transitórios). O fenômeno também é conhecido por "red sprite" (na tradução, "fada vermelha" ou "duende vermelho").

O fenômeno costuma ocorrer na Terra depois de uma tempestade, gerando uma explosão semelhante a um raio, em diversas formas.

Os sprites são grandes descargas elétricas, mas não são os relâmpagos comumente conhecidos e vistos pela população. Acredita-se que as "explosões de energia" dos sprites ocorram durante a maioria das grandes tempestades.

Eles não possuem temperaturas extremamente altas dos relâmpagos que vemos —seria mais como um "plasma frio", de acordo com a Nasa.

Fotógrafo registrou momento em 2019, emOklahoma (EUA)
Fotógrafo registrou momento em 2019, emOklahoma (EUA) Imagem: Paul Smith/The European Space Agency

Os raios de cor vermelha costumam aparecer a cerca de 80 km de altitude. Eles duram apenas 20 milissegundos, o que torna um desafio capturá-los com câmeras.

Em 1989, o primeiro evento deste tipo foi capturado pelas câmeras por acaso. Pesquisadores da Universidade de Minnesota tiraram acidentalmente a primeira imagem do fenômeno.

Não era uma câmera de resolução muito alta ou rápida —eles apenas capturaram duas manchas luminosas acima de uma tempestade próxima. Todo este campo [de estudo] foi iniciado porque uma câmera foi apontada na direção certa no momento certo. Burcu Kosar, físico espacial da Nasa

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Os cientistas apelidaram os eventos de "sprites" como uma referência a criaturas míticas semelhantes a fadas do folclore europeu.

Com a descoberta de novos TLEs, as nomenclaturas lúdicas continuaram. Hoje, os cientistas estudam os "Elfos", "Halos" e "Blue Jets", entre outros. Ainda há muitas questões sem resposta sobre esse fenômeno, segundo cientistas da Nasa.

Em 2020, a Nasa detectou, pela primeira vez, a presença do fenômeno em Júpiter, por meio da sonda espacial Juno, que orbita o planeta.

* Com informações de reportagem publicada em 29/10/2020.

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