Topo

Polícia da Bahia investiga morte de garota após choque ao carregar celular

Getty Images/iStockphoto
Imagem: Getty Images/iStockphoto

Gabriel Dias

Colaboração para Tilt, em Macapá (AP)

19/06/2023 16h30Atualizada em 20/06/2023 15h59

A Polícia Civil da Bahia investiga a morte de uma adolescente de 17 anos após um possível choque sofrido ao tentar recarregar a bateria do celular. O caso ocorreu na tarde de domingo (18) na casa em que a jovem morava, no povoado da Ladeira Grande, região sudoeste do Estado.

A polícia suspeita que a jovem foi eletrocutada ao tocar em um fio desencapado no momento em que colocava o celular para carregar.

Os laudos do Departamento de Polícia Técnica (DPT) vão confirmar se a causa da morte da adolescente foi a descarga elétrica.

Não é o primeiro caso

Acidentes fatais envolvendo o manuseio de celulares conectados na tomada não são tão comuns, mas eles existem. Especialistas afirmam que os riscos de choque não devem ser descartados, principalmente se a pessoa usa acessórios não originais — que não passaram por testes de qualidade.

Em março do ano passado, por exemplo, um homem de 41 anos morreu ao usar o seu celular, que estava conectado na tomada. Ele havia acabado de sair de uma piscina, em Campo Limpo Paulista (SP).

Em 2021, um adolescente de 14 anos morreu após levar um choque de um celular conectado na tomada. A fatalidade aconteceu em Alexânia, cidade no entorno do Distrito Federal. Ele usava um extensor para carregar o celular e relâmpagos estavam acontecendo na região no momento do acidente.

Em 2020, um adolescente de 15 anos também morreu em uma situação parecida. O caso ocorreu no bar e restaurante O Galeno, em Luís Correia, no litoral do Piauí.

Outro caso parecido aconteceu em 2018, no Ceará, quando um adolescente de 16 anos morreu depois de desconectar seu celular da tomada, colocar o carregador na entrada USB de um computador e tentar atender uma ligação. Também foi um choque elétrico que causou sua morte.

Gambiarras e sobrecarga aumentam riscos

Dados da Abracopel (Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade) do ano passado mostram que as residências continuam sendo o local de maior ocorrência de incêndios de origem elétrica.

Dos 637 casos registrados por sobrecarga na rede, 343 ocorreram dentro de uma casa, apartamento ou sítio.

As principais causas são:

Instalações elétricas antigas.

Gambiarras elétricas, com instalações mal dimensionadas e/ou mal feitas.

Aumento indiscriminado de carga na rede (como, muitos eletrônicos usando a rede)

Falta de manutenção por um profissional habilitado.

Como se proteger e evitar riscos de choque e incêndio

  • Evite deixar o celular carregando dentro de gavetas e caixas ou em cima de objetos inflamáveis.
  • Use carregadores homologados pela Anatel.
  • Evite atender ou fazer ligações enquanto carrega o celular.
  • Não carregue o celular em ambientes com vapor ou risco de molhar (como banheiro).
  • Evite puxar o carregador pelo cabo para tirá-lo da tomada. Isso pode acabar rompendo os fios internos.
  • Carregadores comprados no exterior podem não ser compatíveis com a rede elétrica brasileira. Pesquise antes.
  • Não coloque objetos pesados em cima do cabo do carregador, nem torça demais o item.
  • Evite uso excessivo de adaptadores de tomadas e extensões. Pode causar sobrecarga de energia.
  • Caso a sua instalação elétrica esteja muito antiga, procure profissionais especializados para avaliá-la. Se for necessário, invista na troca e atualização da rede.

*Com informações de reportagem de Aurélio Araújo, em colaboração para Tilt.