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Conselho de quem manja: use bem WhatsApp e redes sociais para achar emprego

Muitos profissionais têm uma habilidade admirável do camaleão: capacidade de se adaptar a diferentes cenários - Lovatto/Arte UOL
Muitos profissionais têm uma habilidade admirável do camaleão: capacidade de se adaptar a diferentes cenários Imagem: Lovatto/Arte UOL

Rosália Vasconcelos

Colaboração para Tilt, do Recife

25/10/2022 04h00Atualizada em 28/11/2022 12h21

Quem está de olho em mudar de emprego formal ou conseguir trabalho freelancer já deve ter se deparado com uma infinidade de aplicativos que prometem ajudar nesse processo. Mas sabia que redes sociais e até serviços de mensagens — como WhatsApp e Telegram — também facilitam a busca?

É o que destacam especialistas em recursos humanos e gestão de pessoas ouvidos por Tilt. Para ajudar a otimizar o uso de plataformas online e aumentar suas chances de encontrar um novo trabalho, separamos a seguir três conselhos de quem manja. E, de antemão, vai uma dica primordial: estratégia, foco e disciplina fazem toda a diferença.

1. Seja visto na internet

Se ainda não tem um perfil profissional ativo nos principais aplicativos de emprego, está perdendo oportunidades, segundo os entrevistados. As plataformas permitem que suas habilidades e experiências sejam vistas de forma prática pelos recrutadores e empresas com vagas disponíveis.

Uma vez criado o perfil com o maior número de informações profissionais possível, fique de olho nos "jobs boards", o "caderno de classificados" de empregos na versão digital. Ou seja, os locais onde atualmente as empresas divulgam as suas oportunidades de trabalho.

Podem vir no formato de site ou como um app. No mundo corporativo, há vários:

  • Catho
  • FourSales
  • Gupi
  • Indeed
  • InfoJobs
  • Jobs
  • Vagas
  • entre outros.

"Os talentos mais especializados podem não gostar tanto dessas plataformas porque elas trazem esse caráter mais generalista. Mas, no geral, as vagas que são publicadas nelas, também vão para o LinkedIn", explica Felipe Mançano, diretor de novos negócios e produtos da consultoria de carreiras Grow Consulting.

O LinkedIn, aliás, é a maior plataforma de empregos e rede de contatos, acrescenta Lanna Reis, diretora de cultura e pessoas na empresa Creative Pack. "Ele é um verdadeiro portfólio. E pela funcionalidade que possui, está linkado a outros processos, como aprendizagem através de cursos, possibilidade de networking com profissionais e empresas. É onde os recrutadores mais buscam talentos", afirma Lanna.

Outra possibilidade são as páginas de carreiras e banco de talentos que muitas empresas possuem. O mais importante em todas essas plataformas é manter o perfil atualizado e completo, com todos os campos preenchidos e uma foto.

Alguns deles também pedem um vídeo de apresentação e vale a pena gastar uns minutinhos a mais na preparação. Também é imprescindível destacar

  • "hard skills": habilidades técnicas
  • "soft skills": habilidades interpessoais

"Não atualizar o perfil de maneira sistemática também pode passar uma mensagem de desleixo", ressalta Lanna Reis.

2. Aposte no WhatsApp, Telegram e Discord

Abrir um perfil em cada plataforma de vagas não garante visibilidade entre os recrutadores. Por isso, não se esqueça das comunidades orgânicas, aquelas que têm como finalidade juntar um grupo de pessoas com o mesmo tipo de atuação no mercado.

Elas surgem como grupos do WhatsApp, Telegram e Discord, uma plataforma de comunicação com diversos canais de discussão e tópicos.

Em geral, esses grupos são criados com o propósito de trocar conhecimento técnico, dicas de cursos e indicação de vagas. É um excelente instrumento de networking, dizem os especialistas.

"Muitas vezes essas comunidades se formam a partir de eventos online, um curso, um workshop, um evento que tenha uma temática profissional ou técnica e que atraia pessoas de interesse genuíno por esses assuntos e queria compartilhar e discutir para fortalecer uma comunidade profissional", explica Lanna Reis.

Alexandra Pontes, psicóloga e consultora em gestão de pessoas, já teve experiências com grupos do WhatsApp dentro do seu campo de atuação. Para ela, é uma forma de criar network, trocar materiais e divulgar vagas. "No nosso caso, é um grupo restrito para estudantes de psicologia e profissionais da área", comenta.

Há ainda o GitHub, enquadrado com uma comunidade orgânica, mas como perfil de talentos voltados para as profissões de tecnologia da informação. Nesses ambientes, desenvolvedores e outros profissionais das áreas de TI compartilham plataformas de código aberto para validar seus conhecimentos técnicos.

3. Invista também em redes sociais

Além do LinkedIn, que é considerado uma plataforma e também uma rede social, é possível utilizar Twitter, Instagram e Facebook para prospectar vagas e ampliar sua rede de contatos profissionais.

No Instagram, por exemplo, há grupos de carreiras. E existe ainda a possibilidade de explorar a ferramenta como um instrumento de marketing pessoal para divulgar suas habilidades e alavancar a carreira em seu perfil. Propor assuntos de interesses para um público específico e que tenha conteúdo sério e responsável estão entre as dicas citadas pelos especialistas.

A dica dada por Alexandra Pontes é: "ter cuidado com a foto de apresentação, colocar uma bio [biografia] com uma breve apresentação profissional, curta e objetiva, identificar as necessidades da comunidade e criar conteúdo de formatos diversos, incluindo as lives.

"[Isso ]também pode agregar muito valor", completa.

A constância nas postagens nesses casos é importante para manter os seguidores sempre posicionados sobre a essência do profissional, conclui Felipe Mancano.

Dica bônus: privacidade no ambiente virtual

A psicóloga Pontes lembra que, ao utilizar esses canais tecnológicos, é importante compreender como as empresas responsáveis pelas plataformas lidam com a segurança de dados e privacidade dos usuários, especialmente em relação à possibilidade de compartilhamento de informações privadas com empresas terceiras.

"É importante realizar a leitura sobre os conteúdos dos aplicativos, que normalmente aparecem no campo 'sobre este app'. Neste campo, o usuário deve se atentar para questões como segurança dos dados, e notas e avaliações para se certificar se vale a pena ou não baixar", ressalta Pontes.