PornHub é banido do Instagram; grupo cristão conservador pode ser a causa
O Instagram removeu neste sábado (3) a conta do PornHub, um dos maiores sites de vídeos pornográficos do mundo (cerca de 639 milhões de visitantes por mês, segundo o site de dados Similarweb).
O perfil não exibia conteúdo explícito ou nudez, mas mesmo assim, a rede social informou que ele violava suas "diretrizes de comunidade".
O banimento pode ser desdobramento de um forte movimento conservador nos EUA, ligado a grupos cristãos cujo principal alvo é a indústria sexual - incluindo a prostituição, o comércio de artigos eróticos e o entretenimento adulto.
Uma das primeiras pessoas a noticiar a suspensão foi Laila Mickelwait, fundadora da campanha TraffickingHub, que pretende "fechar o PornHub e responsabilizar seus executivos por permitir, distribuir e lucrar com imagens de estupro, abuso de crianças, tráfico sexual e outras formas de abuso", segundo um abaixo-assinado online que já conta com quase 2,5 milhões de assinaturas.
No Twitter, Laila afirmou que Instagram e sua empresa-mãe, a Meta, tomaram a "decisão correta de cortar laços com o PornHub", e que outras empresas como Amazon e Google deveriam seguir o exemplo.
Conexões evangélicas
Embora o site do TraffickingHub reforce que ele reúne pessoas "ligadas e não ligadas à religião", o site The Verge citou as conexões de Laila com grupos cristãos evangélicos. Ela é ex-funcionária do Exodus Cry, que pretende "acabar com toda a indústria sexual" - e lista TraffickingHub como uma de suas campanhas.
O Exodus Cry teria surgido na IHOPKC (sigla em inglês) para Casa Internacional da Oração em Kansas City), organização evangélica carismática conhecida por realizar cultos 24 horas por dia, com transmissão via YouTube e outras redes sociais.
Mike Bickle, líder da IHOPKC, se declara um "dominionista", uma corrente fundamentalista que acredita caber aos cristãos conservadores o dever e o direito de dominar a sociedade a partir do controle de instituições políticas e culturais.
PornHub em crise
O banimento do Instagram não é a primeira parceria que o PornHub perde. Denúncias recentes de que a empresa facilta ou estimula a distribuição de conteúdo ligado à pedofilia fez com que as bandeiras de cartão Visa e Mastercard decidissem parar de processar pagamentos no site.
O PornHub tem tomado algumas iniciativas para atenuar as críticas: nos últimos anos, removeu a função de baixar vídeos e deletou conteúdos criados por contas não-verificadas. Estima-se que isso o fez perder mais de 80% do material no site.
Antes da expulsão, a conta do PornHub no Instagram contava com mais de 13 milhões de seguidores e cerca de 6.200 postagens. Seus perfils em outras redes sociais, como o Twitter, continuam ativos.
O PornHub ainda não se manifestou sobre a saída do Instagram.
No Brasil, a produtora pornô Brasileirinhas passa por uma batalha parecida, tentando reaver sua conta verificada no Instagram.
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