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Como funciona a urna eletrônica? Como é o processo de contagem de votos?

Urna eletrônica - Dário Oliveira/Folhapress
Urna eletrônica Imagem: Dário Oliveira/Folhapress

De Tilt*, São Paulo

28/08/2022 04h00

Em 2 de outubro deste ano, 577.125 urnas eletrônicas estarão disponíveis em todo o país, segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), entre aparelhos ativos e de contingência.

Inaugurado em 1996, a urna eletrônica já recebeu 13 versões, cada uma com atualizações de hardware. O ciclo de vida útil de uma urna eletrônica é de, em média, dez anos, e portanto, aparelhos desde os modelos UE 2020 até os de UE 2009 estarão nas zonas eleitorais.

Se você tem dúvidas de como a urna eletrônica funciona, e se ela é realmente segura, não precisa procurar mais: Tilt conta o que você precisa saber sobre a tecnologia brasileira mais importante no nosso processo democrático.

Como funciona a urna eletrônica?

Os votos são computados dentro de cada urna de maneira embaralhada e criptografada, para que ninguém consiga identificar quem votou em quem, e as informações ficam armazenadas dentro do equipamento.

Só no final do dia de votação é que o sistema interno da urna calcula os votos e produz um arquivo chamado Registro Digital de Voto. Então, ele é gravado numa espécie de pen drive, chamado Memória de Resultado, de uso exclusivo da Justiça Eleitoral.

A Memória de Resultado de cada urna é levada por um fiscal para esse ponto físico com acesso ao sistema da Justiça Federal. Para ter acesso aos dados contido no tal "pen drive" é preciso ter uma assinatura digital, que faz a autenticação.

Por precaução, os mesmos dados contidos na Memória de Resultado continuam armazenados em um cartão de memória dentro da urna, funcionando como backup caso exista algum problema com o outro dispositivo.

Como a urna eletrônica foi projetada para ser um dispositivo isolado — ou seja, ela não está ligada à internet, a bluetooth ou a nenhum tipo de rede —, é praticamente nula a possibilidade um ataque hacker. O software da urna é um sistema Linux desenvolvido pelo próprio TSE e que não possui mecanismos de conexão à rede.

Para invadir o dispositivo, o hacker precisaria ter a posse de cada uma das urnas e violar o sistema de uma por uma. Ainda assim, para violar o software, ele precisaria vencer todas as barreiras de segurança sem que a urna automaticamente travasse. O sistema de segurança é feito em camadas e qualquer ataque gera um efeito dominó que provoca o bloqueio.

Por isso a gente pode dizer que é mais fácil hackearem a Nasa que as eleições no Brasil.