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Facebook já está virando Meta no WhatsApp; não entendeu? A gente explica

Os quatro aplicativos mais baixados na última década pertencem todos à empresa de Mark Zuckerberg: Facebook (1º lugar), Facebook Messenger (2º), WhatsApp (3º) e Instagram (4º) - Reuters
Os quatro aplicativos mais baixados na última década pertencem todos à empresa de Mark Zuckerberg: Facebook (1º lugar), Facebook Messenger (2º), WhatsApp (3º) e Instagram (4º) Imagem: Reuters

Bruna Souza Cruz

De Tilt, em São Paulo

30/10/2021 16h08Atualizada em 30/10/2021 17h57

Na quinta-feira (28), o Facebook anunciou, durante o evento Facebook Connect 2021, que mudou de nome. O grupo, que também é dono do WhatsApp e do Instagram, agora se chama Meta, em referência ao metaverso, mundo de espaços virtuais e avatares que Mark Zuckerberg tem a ambição de criar.

O novo nome já começou a aparecer no aplicativo do WhatsApp, segundo informações do site WaBetaInfo, site que costuma antecipar novidades do serviço de mensagens e acertar rumores.

A mudança é discreta e foi vista nas versões de teste do aplicativo para Android e iOS, do iPhone.

Mas, de acordo com o executivo do WhatsApp Will Cathcart, a mudança de nome será vista em atualizações a partir de agora.

"Nas próximas semanas, você nos verá fazendo atualizações para refletir o novo nome no WhatsApp e em nosso site. E nossa equipe trabalhará para explicar aos nossos mais de dois bilhões de usuários que nossa convicção de sua privacidade e segurança permanece a mesma", afirmou em seu perfil no Twitter.

O que muda na prática?

No lugar de "From Facebook" (Do Facebook, em tradução direta), que aparece na parte inferior da tela dentro das configurações do app, a nomenclatura "From Meta" será usada no lugar.

O nome Meta deverá aparecer dentro do aplicativo do WhatsApp  - WaBetaInfo - WaBetaInfo
O nome Meta deverá aparecer dentro do aplicativo do WhatsApp
Imagem: WaBetaInfo
WhatsApp exibe como padrão a frase "From Facebook" - Tilt - Tilt
WhatsApp exibe como padrão a frase "From Facebook"
Imagem: Tilt

Confira algumas perguntas e respostas sobre a mudança de nome e posicionamento de mercado do Facebook:

A rede social vai mudar de nome também?

Não. O app e o endereço facebook.com vão continuar existindo com o mesmo nome.

E por que o nome Meta?

Segundo Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, a palavra Meta vem do grego "metá", que pode ser traduzida como "além" ou "em seguida".

É essa nova imagem que a companhia quer passar: não ser só um grupo de redes sociais e de aplicativos, mas uma empresa voltada para a interação de pessoas numa espécie de enorme videogame 3D.

"No momento, nossa marca está intimamente ligada a um produto só. Mas, com o tempo, esperamos ser vistos como uma empresa de metaverso", declarou Zucerberg no evento.

"Somos uma empresa com foco em conectar pessoas. Hoje, somos vistos como uma empresa de mídia social. Construir aplicativos sociais sempre será importante para nós, e há muito mais para construir. Mas, cada vez mais, não é tudo o que fazemos. Em nosso DNA, construímos tecnologia para aproximar as pessoas. O metaverso é a próxima fronteira para conectar pessoas, assim como as redes sociais o eram quando começamos."

A mudança é parecida com a que o Google passou em 2015. Na ocasião, a empresa criou uma nova corporação, a Alphabet, que passou a ser dona do Google e de suas outras divisões. A diferença é que o Facebook não está criando uma nova empresa, mas mudando o nome do "dono" de sempre.

A mudança ocorreu por conta das recentes polêmicas?

Não dá para dizer 100% que sim, mas certamente a mudança de nome pode ter vindo a calhar em meio a uma das mais dramáticas crises de relações públicas da empresa.

Nas últimas semanas, dezenas de veículos de notícias se debruçaram sobre uma série de relatórios e documentos internos vazados por ex-funcionários do Facebook.

Uma avalanche de denúncias acompanha os últimos passos da companhia, que está sendo duramente pressionada por aparentemente colocar o lucro acima da proliferação de discurso de ódio, notícias falsas e negatividade entre jovens, além de ter cedido a governos autoritários para não perder espaço em mercados lucrativos.

*Com matéria de Lucas Carvalho