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Morte de criança após explosão acende alerta: cuidado com celular na tomada

Cuidados na hora de carregar o celular podem evitar acidentes - iStock/Getty
Cuidados na hora de carregar o celular podem evitar acidentes Imagem: iStock/Getty

De Tilt, em São Paulo

26/07/2021 14h11

A morte de uma menina de 10 anos, em Alagoas, após a explosão de celular que estava sendo carregado acende mais uma vez o alerta para os cuidados que devemos ter ao carregar nossos smartphones — sobretudo se temos crianças em casa.

De acordo com a família, a menina estava usando fone de ouvidos com o telefone sendo carregado na tomada de energia elétrica. Na explosão, um bebê de dois anos, irmão da vítima, bem como a avó materna, também acabaram feridos. O imóvel, localizado na zona rural de Pão de Açúcar (a 235 km de Maceió), pegou fogo e ficou parcialmente destruído.

Segundo dados divulgados recentemente pela Abracopel (Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade), 288 casos de incêndio por sobrecarga de energia no país foram registrados no país no primeiro semestre deste ano, com 23 mortes.

O número de choques elétricos no período foi de 441. Eles resultaram em 355 mortes. Desse total, 10 foram provocados por acidentes com carregadores de celulares, com um total de sete mortes. Os dados fazem parte da prévia do Anuário Estatístico 2021 da associação.

Fazendo uma pesquisa rápida na internet, encontramos outros casos de pessoas que morreram — como o garoto de 15 anos que mexia no celular e morreu após choque no Piauí —, se machucaram feio ou viram a casa pegar fogo ao usar o celular enquanto ele carregava.

Em tese, carregadores, tomadas e celulares são fabricados para não darem problema. Existem normas nacionais e internacionais que regem os padrões de funcionamento seguros para os aparelhos. No entanto, os riscos de choque, queimaduras e até uma parada cardíaca são reais, principalmente quando se trata de produtos não originais e rede elétrica sem manutenção preventiva.

Os cuidados devem ser ainda maiores em casa com crianças, que podem morder o cabo, mexer no carregador e colocar o dedo na tomada sem que ninguém veja.

"É preciso atentar para os riscos que a eletricidade oferece. Normalmente, nos esquecemos ou deixamos passar situações em que o risco está ali e pode causar acidentes gravíssimos, às vezes até fatais. Dentro de nossas casas a atenção deve ser redobrada, principalmente com crianças pequenas e idosos", ressaltou o engenheiro Edson Martinho, diretor executivo da Abracopel, em comunicado de divulgação dos dados.

"A maioria das casas construídas há mais de 20 anos não possui capacidade para 'aguentar' a quantidade de equipamentos que temos, e com a situação de pandemia e isolamento, nossas casas passaram a ser nosso local de trabalho, aumentando e muito a quantidade de energia elétrica usada", alertou.

Especialistas já ouvidos por Tilt recomendaram sempre os passos abaixo:

Evite atender ou fazer ligações enquanto carrega o celular;

Sempre deixar esses equipamentos o mais longe possível de bebês e crianças;

Não ao carregador de celular falso: Muitos aparelhos de segunda linha são vendidos a preços muito baixos no mercado, o que agrada o nosso bolso. Mas eles não têm as devidas certificações e garantias de segurança. Ele pode fornecer mais energia do que o necessário para o carregamento do celular, segundo os especialistas.

Atenção ao cabo: O uso de um cabo original é sempre a melhor escolha. Mesmo assim, antes de conectá-lo na tomada é importante ver se ele não está danificado, se a fiação interna não está exposta. Se tiver, está na hora de comprar um cabo novo e não usar o antigo.

Atenção ao manuseio do carregador: Outro cuidado básico é tratar bem o seu carregador, para evitar que ele sofra danos conforme o tempo de uso. Rompimento de fios dentro do cabo aumenta o risco de acidentes por superaquecimento. Então não puxe o carregador da tomada pelo cabo, não torça demais o item na hora de guardar ou mesmo coloque objetos em cima dele.

Evite o uso excessivo de adaptadores e extensões: lembra da gambiarra elétrica com vários benjamins? Isso deve parar. A maioria dos incêndios em residências ocorre pela sobrecarga na instalação elétrica e um dos "vilões" é o benjamim (ou tê, como é chamado em outras partes do Brasil), acessório multiplicador de tomadas. O risco de sobrecarga aumenta e até incêndios podem ocorrer.

Rede elétrica da casa em dia: é fundamental que a rede elétrica da sua casa tenha manutenção preventiva e seja avaliada por um especialista. Esta revisão deve ocorrer, no mínimo, a cada cinco anos. Se sua casa é muito antiga e você nunca pensou nisso, procure logo um profissional de segurança para dar uma checada.

Já ouviu falar em DR? É o dispositivo de diferencial-residual. O nome é complicado, mas ele funciona como um interruptor que impede que correntes elétricas não detectadas pelo disjuntor continuem no sistema de energia. Ele é obrigatório há anos. Aproveite a visita do profissional que vai verificar a sua rede elétrica e peça para verificar se o DR está em dia.

Celular e água não combinam: a água (não pura) e eletrônicos não combinam. Ela funciona como um ótimo condutor de eletricidade. Evite usar o celular em ambientes com vapor de água, como no banheiro. Além da oxidação de componentes do telefone, o risco de curto-circuito, choque e incêndios após o contato com a água é real. Lembre ainda de não tocar no celular carregando com as mãos molhadas.