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O que é Gettr, rede social pró-Trump que mal foi lançada e já foi hackeada

O ex-presidente Donald Trump durante convenção do Partido Republicano em Greenville, na Carolina do Norte - Jonathan Drake/Reuters
O ex-presidente Donald Trump durante convenção do Partido Republicano em Greenville, na Carolina do Norte Imagem: Jonathan Drake/Reuters

Letícia Naísa

De Tilt, em São Paulo

05/07/2021 19h51

Depois de ser banido do Twitter, do Facebook e do YouTube por causa do episódio da invasão ao Capitólio em janeiro deste ano, o ex-presidente americano Donald Trump precisou buscar um novo lugar na internet para ecoar sua voz. No último domingo (4), Dia da Independência dos Estados Unidos, a equipe do republicano lançou a Gettr, uma nova rede social.

A nova plataforma promete "lutar contra a cultura do cancelamento " e "defender a liberdade de expressão", além de "desafiar" o monopólio das big techs. O nome da rede social é baseado na expressão "Getting Together" (ficando juntos, em português).

A interface da Gettr é muito similar à do Twitter: há uma página inicial com um feed de postagens de quem o usuário segue e uma página com as hashtags de assuntos mais comentados no momento. Segundo o site norte-americano Politico, é possível importar conteúdo de uma conta do Twitter para o Gettr.

Outro ponto em comum com o Twitter — que costumava ser a rede social mais utilizada por Trump — é seu funcionamento. A plataforma permite postagens de até 777 caracteres, vídeos de até três minutos e transmissões ao vivo.

A sede do aplicativo fica em Nova York (EUA). A mente por trás da Gettr é Jason Miller, empresário e um dos conselheiros do ex-presidente Trump. Tim Murtaugh, ex-porta-voz de Trump, é conselheiro do aplicativo.

Tela do aplicativo Gettr - Reprodução - Reprodução
Tela do aplicativo Gettr
Imagem: Reprodução
Tela do aplicativo Gettr - Reprodução - Reprodução
Tela do aplicativo Gettr
Imagem: Reprodução

Ataque hacker

Poucas horas após o lançamento, um ataque hacker foi identificado na plataforma. Em um email enviado ao The Verge, Miller disse que o problema foi detectado e resolvido em questão de minutos. "Tudo o que o intruso conseguiu fazer foi mudar alguns nomes de usuários."

As contas de Miller e outros republicanos, como Mike Pompeo, ex-Secretário de Estado, tiveram seus nomes trocados por "@JubaBaghdad was here :) ^^ free palestine ^^" (@JubaBaghdad esteve aqui :) ^^ liberte a Palestina ^^, em português).

O usuário responsável pela invasão no Gettr disse ao Insider que foi fácil hackear as páginas e que ele fez isso apenas para se divertir.

Usuários brasileiros

No primeiro dia de lançamento, a rede social registrou 500 mil inscrições, inclusive de brasileiros. Na loja de aplicativos do Google, a Gettr já conta com mais de 100 mil downloads. Na App Store, da Apple, o aplicativo ficou em primeiro lugar de downloads na categoria de redes sociais nesta segunda (5), ultrapassando até Facebook, Instagram e WhatsApp.

Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, como o blogueiro Allan dos Santos e os deputados federais Paulo Martins (PSC-PR), Carlos Jordy (PSL-RJ) e Daniel Freitas (PSL-SC), anunciaram que já estão na Gettr. O senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente, chamou a plataforma de "rede social de Trump" em postagem no Twitter.

O próprio Donald Trump, no entanto, ainda não tem uma conta na Gettr. Após seu banimento nas redes sociais, o ex-presidente criou um blog, que durou apenas 29 dias. À Fox News, Miller disse que espera Trump se inscreva no Gettr, mas que o republicano está avaliando. Miller também afirmou que o ex-presidente não financiou a rede.