Com 3 mil alunos, escola de "Counter-Strike" já formou jogador profissional
Gustavo “SHOOWTiME”, 19 anos, é uma das principais promessas do “Counter-Strike: Global Offensive”. O brasileiro mora no Canadá, onde joga pela Luminosity Gaming, junto com outros brasileiros. Ele é um dos talentos lapidados pela Games Academy, uma escola - isso mesmo - de “CS” e “League of Legends” que conta com 3 mil alunos no Brasil.
Para quem está chegando agora, pode parecer inusitado que tantos brasileiros se disponham a pagar R$ 30, valor da mensalidade da Games Academy,para aprender a jogar. Não é bem assim: hoje o Brasil possui a 3ª maior base de fãs de eSport do mundo. Ano passado quando o país sediou um campeonato mundial de “CS: GO”, o pico espectadores online chegou a 400 mil pessoas.
Não menos importante, a Games Academy foi fundada por Gabriel “Fallen” Toledo, atual jogador da SK Gaming, organização alemã de “CS: GO” sediada nos Estados Unidos. Fallen, 25 anos, que já ganhou o equivalente a R$ 1,3 milhão em premiações mundo afora, é uma espécie de referência o esporte eletrônico. Qual garoto que é fã do jogo não gostaria de ter aulas com um dos principais pro players do mundo?
“O Fallen sempre foi uma fonte de inspiração. Começou lá de baixo, como todos, e foi subindo no decorrer da carreira” conta Shoowtime.
Atenção para a chamada
A Games Academy nasceu em 2010, quando se chamava Fallen’s Academy, em referência ao nickname de seu fundador. Era uma época em que o “CS” estava em baixa, em função da troca da versão “1.6” para a “Global Offensive”.
Fallen, que já desfrutava certa popularidade na época, se viu sem torneios pra disputar - e, consequentemente, passava por dificuldades financeiras. Foi quando, durante uma partida, perguntou a um fã se ele toparia pagar para ter aulas particulares. Para a surpresa de Fallen, a resposta foi sim.
Em pouco tempo a Fallen’s Academy virou Games Academy e já contava com cerca de 200 alunos, ávidos para aprender com o pro player. Porém, o projeto logo estagnou: “Ficou difícil conciliar a carreira de jogador profissional, já morando fora e viajando bastante, com as aulas”, conta Fallen.
O fundador resolveu expandir o leque e, ao fundir a Games Academy com outro site, o GamersClub, fortaleceu a iniciativa como um local para os fãs de “CS” se encontrarem, com servidores para jogar, campeonatos para disputar etc.
O preço da mensalidade baixou de R$ 60 para os R$ 30 atuais, chegaram sócios e novos instrutores, parte das aulas passaram a ser gravadas e, com isso, logo no primeiro mês a escola saltou para 1.100 alunos até chegar aos 3.000 atuais. E isso sem falar nas cerca de 150 mil pessoas que passam pelo GamersClub não necessariamente para ter aulas, e sim para encontrar partidas.
“Na GamersClub você pode aprender assistindo a vídeoaulas e tendo encontros online com profissionais na Games Academy. Além disso é possível encontrar pessoas pra formar uma equipe, treinar contra outras equipes em servidores de alta performance, acompanhar suas estatísticas, participar de campeonatos e ganhar premiações”, explica Yuri “Fly” Uchiyama, ex-pro player e sócio de Fallen.
Segundo Yuri, a média de idade dos alunos fica entre 16 e 30 anos, sendo que 95% são homens.
Hoje a Games Academy é um empreendimento com escritório em Sorocaba, no interior de São Paulo, onde trabalham entre 15 e 20 pessoas.
“A Games Academy gera um dinheiro significativo, mas entre 70% a 90% vai embora em despesas. Servidor no Brasil é algo muito caro”, explica Fallen. “Não tenho um grande salário, mas com esse dinheiro consigo ajudar minha namorada, que está estudando no Sul, e meus irmãos”.
“Com a Games Academy, lá no começo, eu tive a experiência de saber como é jogar sério, de realmente dar importância ao jogo” diz Shoowtime.
*O jornalista viajou a convite da Intel
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