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Pornô em realidade virtual faz visitantes da E3 deixarem games de lado

PlayStation VR é promissor em jogos de terror; veja teste

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Pedro Henrique Lutti Lippe

Do UOL, em Los Angeles

15/06/2016 20h09

Além dos enormes estandes de empresas como Sony e Microsoft, a E3 também abriga vários estandes menores, que normalmente são ocupados por produtoras independentes - e que raramente ganham muita atenção dos visitantes. Mas na E3 2016, um desses estandes está entre os mais disputados: todos estão curiosos para testar pornografia em realidade virtual.

Ian Paul, executivo da produtora pornô Naughty America, explica que veio à maior feira de games do mundo para conhecer a indústria que originou e hoje impulsiona óculos de realidade virtual como tendência.

"Não conhecemos muito os gamers. Mas sabemos que eles são justamente o tipo de pessoa que já tem óculos de realidade virtual em suas casas. Para eles, temos um tipo de experiência que pode agregar valor ao produto que eles pagaram caro para ter", diz.

Antes do UOL Jogos testar tal produto, Ian revelou que sua produtora já oferece um catálogo online de vídeos pornô de realidade virtual para usuários pagantes, e que eles são compatíveis com todos os tipos de aparelhos - desde os simples Google Cardboards até os óculos mais caros do mercado, como o HTC Vive.

É inegável: a experiência é bem interessante.

"Todas as nossas produções de realidade virtual até agora são em primeira pessoa, sob o ponto de vista de um homem", revela Ian. "Nossos vídeos só mostram o que está acontecendo na frente do ator, para que o usuário não se distraia. Sem precisar lidar com imagens em 360 graus, também conseguimos garantir uma qualidade melhor de imagem".

"Assistir" não parece ser o verbo correto para descrever a relação que o usuário tem com o pornô de realidade virtual. Ainda que seja engraçado "participar" da ação como um ator que mal se mexe por conta da enorme câmera sobre sua cabeça, a imersão é tamanha que, para alguém comprometido, provavelmente beira o adultério.

"Essa é a maior revolução, o maior ponto de virada na história da indústria pornô", garante Ian, que reconta episódios de lutas árduas contra sites ao estilo Tube, que muitas vezes pirateiam conteúdo das grandes produtoras pornô e acabam sendo escolhidos pelo público por serem gratuitos. "Eles até têm conteúdo de realidade virtual, mas nosso produto tem muita qualidade porque investimos pesado nisso".

"A realidade virtual é o futuro da pornografia", garante Ian, que se diverte com as (muitas vezes inusitadas) primeiras reações dos visitantes de seu estande. "Demora poucos segundos para convencer alguém de que isso aqui é muito legal", diz, sorrindo, o executivo.