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NinexT, o maior fenômeno do FPS brasileiro, brilhou do R6 ao Warzone

NinexT jogando o invitational de Apex Legends - Divulgação/ESL
NinexT jogando o invitational de Apex Legends Imagem: Divulgação/ESL

Colunista do UOL

12/11/2020 09h00

Ter aptidão para disputar qualquer modalidade esportiva em alto nível já é um considerado raro... Imagine ser bom em vários? Nino "ninexT" Pavolini é a prova de que isso é possível no esporte eletrônico. Uma das maiores lendas do FPS brasileiro, o jogador de 23 anos já passou por múltiplos títulos nos jogos de tiro e continua provando que sua capacidade no gênero independe do estilo, dos tipos de objetivo ou da dinâmica do game. Se tem tiro em primeira pessoa envolvido, ele é a pessoa certa para aprender e dominar.

A trajetória de sucesso começou, efetivamente, com maior destaque, em 2015. Naquele ano, Nino vestiu as camisas de Dexterity e INTZ - esta, uma das maiores organizações de eSports do país, e se tornou vice-campeão mundial de Battlefield 4. Ao lado de nomes que se tornariam marcantes no Rainbow Six Siege após o lançamento do jogo (Rafael "Mav", Wagner "Wag", Julio Giacomelli e André "Nesk"), fez seu nome no cenário competitivo, mas nunca parou de evoluir e expandir os próprios horizontes.

Jogando R6, foi campeão brasileiro pela Black Dragons - outra organização extremamente tradicional em solo nacional. Inclusive, no ano passado, diante dos problemas de visto encontrados pela FaZe Clan com o visto de Ronaldo "Ion", ninexT viajou a Tokoname, no Japão, para completar a equipe que disputou a etapa mundial da Pro League e, mesmo sem estar familiarizado com o game, uma vez que já havia se afastado dele, recebeu muitos elogios da comunidade. Também jogou na paiN Gaming.

Com o crescimento do PUBG, em 2018, vestiu a camisa da Luminosity Gaming. No Apex Legends, representou a Cloud9. A versatilidade virou uma marca registrada e, ao lançamento de cada novo jogo FPS, sua grande base de fãs construída ao longo destes anos já se pergunta: será que ele também vai dominar esse? E a resposta é sempre positiva. O mais recente? Warzone, uma extensão de Call of Duty: Modern Warfare, que ultrapassou a marca de 75 milhões de jogadores em agosto deste ano.

Tamanha popularidade fez com que se criasse uma polêmica quando ninexT não apareceu entre os indicados a melhor jogador do gênero Battle Royale para o Prêmio eSports Brasil - maior evento do segmento na América Latina. Apareceram representantes apenas de Fortnite e PUBG. Na visão de Nino, muito em parte pelo fato de o jogo ter passado um bom tempo sem a possibilidade de criação de partidas personalizadas - algo que está sendo introduzido no jogo agora.

O fato de não ter custom match prejudica um pouco o cenário do game. Mas, querendo ou não, o Warzone é grande demais pra ser esquecido assim. Parece que a galera da premiação tá dentro de uma bolha. Uma pena
ninexT, sobre Call of Duty: Warzone no Prêmio eSports Brasil

A trajetória de ninexT é uma prova de que uma carreira de pro player, quando bem trabalhada, não depende única e exclusivamente de um jogo e do progresso de determinado título em meio ao cenário competitivo. É necessário se readaptar - e, obviamente, isso depende de talento. O jogador criou uma base de fãs ao longo dos anos que o acompanha em tudo - seja em campeonatos, treinos ou no dia a dia. No Battlefield ou no Warzone. A figura dele já transcende a de um game específico.

Ninext na pain pelo R6 - Gui Caielli/Ubisoft - Gui Caielli/Ubisoft
NinexT jogando pela paiN no campeonato brasileiro de Rainbow Six Siege
Imagem: Gui Caielli/Ubisoft

O Brasil é um verdadeiro celeiro de talentos para o FPS. Os troféus acumulados em jogos desse gênero ao longo dos anos falam por si só. É necessário que surjam personagens como Nino, para fomentar essa capacidade intrínseca ao nosso país e mostrar que somos, sim, referência para o restante do mundo em diversos games. Basta saber trabalhar.