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Ricardo Feltrin

"Padre sertanejo" é acusado de ostentação e de ofender idosos; ele nega

Padre Alessandro Campos, novo contratado da RedeTV - Divulgação
Padre Alessandro Campos, novo contratado da RedeTV Imagem: Divulgação

Colunista do UOL

17/12/2018 07h02

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Desrespeito com velhinhas, ofensas e maus tratos a funcionários de TVs, queixas comerciais de telespectadores, acusações de ostentação e exibicionismo em redes sociais; e até uma denúncia por mostrar "o que não devia" num programa de TV.

Parece o currículo de um ex-BBB, mas na verdade é um resumo das polêmicas envolvendo atualmente o padre Alessandro Campos, que se auto-intitula "o padre sertanejo do Brasil".

Menos de vinte e quatro horas depois de publicar que o padre Alessandro Campos havia fechado contrato para um programa musical na RedeTV, esta coluna começou a receber uma espantosa quantidade de e-mails e mensagens diretas de pessoas irritadas com relatos sobre o sacerdote midiático.

Eram telespectadores indignados, gente que trabalhou em produções ligadas ao padre; funcionários de emissoras em que ele passou, como Gazeta e TV Aparecida (ele também passou pela Rede Século 21 e está na Rede Vida).

Há várias queixas registradas contra o padre até no site de consumidores Reclame Aqui.

"Ele não é um padre mas um cantor sertanejo que está promovendo suas canções que não têm cunho religioso, bem como seus produtos para aumentar suas comissões. Entre um comercial e outro chovem mais anúncios", diz a mensagem de uma telespectadora postada no site. 

"Deveria ser programa com músicas religiosas, respeito e seriedade mas o que vemos são ofensas e brincadeiras bestas, idiotas que denigrem os idosos --no caso dele, chamados de velhos e velhas. Piadas de mau-gosto, brincadeiras imbecis e sem graça", diz outro internauta no Reclame aqui.

Há também queixas de espectadores que pagaram até R$ 65 para participar do programa em dia que ele foi cancelado. Além de uma série de reclamações sobre produtos anunciados nos programas dele.

Funcionários e ex-funcionários da Gazeta e Aparecida que trabalharam com o padre também fazem relatos de ofensas e maus tratos.

Na internet também há muitas críticas ao padre midiático.

"Na plateia às vezes tem uma ou duas (mulheres) bonitas, o resto é tudo bagulho pra despacho": Tô chocado com a frase desse cara que se diz religioso e falta com respeito com as pessoas que vão prestigiar o programa dele", postou um jornalista após assistir ao padre recentemente na Rede Vida.

Fiéis católicos também enviaram queixas contra ele para a Cùria Metropolitana e até para o Vaticano. Um dos motivos: as roupas extremamente justas que o padre usa em suas apresentações, além da divulgação de música laica. "Ele é padre, mas apresenta na TV um cabaré", se queixou uma fiel católica à Cúria.

O padre no momento apresenta um programa na Rede Vida e faz shows pelo Brasil.

Em fevereiro deve estrear seu programa na RedeTV. A ideia da emissora era um programa semanal, mas o padre "célebre" insistiu para que fosse diário.

OUTRO LADO

Procurado pela coluna, Alessandro Campos nega todas as acusações e queixas enviadas à coluna. 

"Não procede" é a frase que mais usou nas respostas por escrito que enviou à coluna (leia a íntegra aqui).

Ele afirma jamais ter ofendido às idosas, e que apenas "brinca com as senhoras, que adoram as brincadeiras".

Diz ainda que jamais destratou funcionários de produções ou emissoras (que ele diz serem sempre terceirizados). Também desconhece queixas sobre vestimentas, digamos, lascivas.

O padre também nega responsabilidade em casos de queixas contra anunciantes que aparecem em seus programas ("Os anunciantes dos programas são negociados pela emissora, e são os mesmos anunciantes presentes em todas as TVs abertas").

Sobre a acusação de exibicionismo e ostentação de riqueza em redes sociais (usando relógios caros, joias, andando com carros importados e até helicópteros), o católico afirma que não fez "voto de pobreza".

Leia abaixo a íntegra das respostas do padre.

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