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Ricardo Feltrin

Com igrejas, RedeTV encosta e fatura quase o mesmo que a Band em 2017

"O Céu é o Limite", game show apresentado por Marcelo de Carvalho, vice-presidente da Rede TV - Divulgação
"O Céu é o Limite", game show apresentado por Marcelo de Carvalho, vice-presidente da Rede TV Imagem: Divulgação

Colunista do UOL

14/02/2018 10h09Atualizada em 14/02/2018 10h13

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Pela primeira vez desde que foi fundada, em 1999, a RedeTV  deve fechar um ano completo com um faturamento semelhante ao da sua rival direta, a Band.

A RedeTV hoje está em 5º lugar em audiência na TV aberta; a Band, em 4º.

Especialistas do mercado ouvidos pela coluna (sob anonimato) estimam que as emissoras devem fechar 2017 com faturamento estimado na casa dos R$ 400 milhões cada uma.

O que chama a atenção é que a RedeTV encostou na Band em faturamento a despeito de ter uma audiência bem menor.

Enquanto a Band tem de 2 a 2,5 pontos na Grande SP (principal mercado) na faixa das 7h à 0h, a RedeTV registra 0,8 ponto.

Cada ponto de audiência em SP equivale a cerca de 72 mil domicílios, segundo a Kantar Ibope Media.

Cabe dizer que boa parte do faturamento de ambas emissoras têm origem na venda de horários para igrejas e-ou outros compradores.

A Band atualmente vende de 5h15 a 6h diárias de sua programação para igrejas e terceiros.

Já a RedeTV chega a ter 15 horas de programação religiosa num só dia.

Para efeitos de comparação, as duas superam a Record, que tem cerca de 5 horas de Igreja Universal nas suas madrugadas.

“A GENTE QUEBRA”

Em entrevista dada no ano passado ao colunista Maurício Stycer, do UOL, o vice-presidente e apresentador da emissora, Marcelo de Carvalho, afirmou que, sem a venda de horários para igrejas, a sua TV quebraria.

Importante acrescentar que, pela nebulosa legislação de radiodifusão em vigor no país, não há nenhuma proibição ou ilegalidade na venda desses horários.

E nem são as emissoras que defendem a permanência desse status quo , e sim a imensa bancada evangélica no Congresso Nacional.

Políticos ligados a igrejas jamais permitem que prosperem projetos de lei determinados a disciplinar esse comércio televisivo.   

Nem Band e nem RedeTV divulgaram seus balanços publicamente nos últimos anos, certamente porque só registraram prejuízos.

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