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Liga o pisca e dá marcha a ré: uma suruba em uma oficina mecânica em SP

Nada de "Independência ou Morte". Os gritos naquela noite no Ipiranga foram mais no estilo "mete tudo", "delícia" e "não para, caralho".

Quando meu namorado me conheceu, já falei de cara que eu era da bagaceira, do vale-tudo. Ele tinha 26, e eu já passava dos 40. Se me quisesse, tinha que se acostumar: "Relaxa, princeso, que comigo vai aprender muito".

E ele não desconfiou de nada quando falei que precisava ir ao mecânico e entrei no carro toda emperiquitada. Estacionei numa rua tranquila cheia de casas protegidas por lanças, arames farpados e altarezinhos de santa na fachada.

Ele só estranhou quando a gente chegou na frente de um galpão todo pichado e entrou pela única porta aberta dali. Era a tal oficina Japafênix, já meio às escuras. Uns carros desmanchados, outros empoeirados, vários galões de lubrificante pelo chão.

Nas paredes não tinha o típico poster de mulher pelada. Mas atrás de um capô aberto apareceu um casal sem roupa e já na metelança. Ela recostada na carroceria, ele engatado atrás. Olharam, sorriram para nós e depois continuaram, acelerando para retomar o ritmo.

A surpresa do meu namorado virou excitação quando seguimos a música que vinha do fundo. Passamos por uma porta, descemos uma escada, e estávamos no porão. Em um canto, muitos colchões. No outro, duas geladeiras para deixar as biritas que o povo trouxe. No meio, uma pistinha cercada de sofás. E no teto, muitos ventiladores para abanar a putada.

Cumprimentei a galera e apresentei o boy pra todo mundo, inclusive para o Japa, o (ir)responsável pela suruba automotiva.

Ficamos na resenha, e o organizador contou a história do lugar. Os pais, imigrantes japoneses, morreram velhinhos e deixaram um mercadinho no bairro do Ipiranga, onde trabalharam a vida toda, como herança para os dois filhos.

O negócio já não dava dinheiro, e eles desmontaram tudo. O filho mais certinho transformou o espaço em uma oficina. Já o irmão da zoeira, meu amigo, montou uma boate clandestina onde era o depósito, na parte de trás.

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O acordo entre eles é que o sexo se concentre no porão, porque já teve um sem-noção que esporrou dentro do veículo de um cliente. Regra de ouro: não é pra transar dentro dos carros, mas, se rolar, bota a camisinha.

Os casais não resistem à fantasia pornô clássica de trepar no meio de carrocerias e motores. E muitos tiram fotos para relembrar da aventura.

Poliamor, funilaria e pintura

Meu lema é "quem gosta de corpo é o IML, eu gosto é de gritaria". E lá na Japafênix ninguém liga pros meus pneuzinhos. Aliás, brinco que coleciono tantos que é uma borracharia completa. Em compensação, tenho uma bunda que é um tremendo bagageiro. Homem nenhum passa sem olhar.

Meu lance é que só fico tarada com todo mundo transando junto, naquela gemeção e esfregação toda. Fui casada dez anos e nunca tive um orgasmo. Me sentia um filé de frango: vira de um lado pro outro e pronto. Depois que me separei, queria experimentar tudo e todos.

Sabe o par transando na entrada da oficina? Vieram conversar com a gente. Aquele sorrisinho deles não era só gentileza, era interesse.

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Pensa num casalzão da porra. Tinham substância e pegada. O cara era maciço, ombrão, bração, pescoção. A mina tinha umas coxas grossas e uns peitos lindos.

O papo engrenou, e a gente foi sentar em um sofá de canto. Senti que meu mozão ainda estava meio travado. Mas a safada tinha a manha: começou um cafuné que logo virou um "cafucete".

Ela desabotoou o jeans e continuou o carinho por cima da cueca. Passo seguinte foi ficar de quatro para abocanhar o pau dele. Nada como uma bela chupeta para pegar no tranco.

Assim como eu, o maridão dela acompanhava tudo, enquanto sua mão alisava meu corpo. Até que parou na minha buceta, já toda azeitadinha. Ele começou uma série de manobras fora e dentro dela. Agora era a vez da "cafuceta". Não é que aquela dupla sacana usava a mesma tática?

Fechei os olhos e senti bem aquele animal grande e quente ao meu lado, me envolvendo completamente. Quase gozei nos dedos dele. Me segurei porque queria algo de maior calibre. Montei no cara e comecei a cavalgar.

Quando olhei pro lado, tinha mais três casais nos sofás na mesma posição, e uma galera em volta só vendo os pistões saírem e entrarem das rodelas.

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Me deu uma adrenalina tão louca com todo mundo olhando que vi estrelas e tive um orgasmo forte. Pouco depois, meu namorado também não resistiu e gozou na esposinha que sentava se roçando toda nele.

Ele foi recuperar as energias tomando umas tequilas com limão. Já eu fiquei sem freio e queria mais. Facilmente fui convencida pelo casal a fazer um ménage, só que agora na área da oficina.

Liga o pisca e dá marcha a ré

De mãos dadas, subimos a escada. Já engatilhamos um beijo a três bem babado e linguarudo que evoluiu rápido para uma mamada dupla. O maridão se encostou em uma bancada cheia de ferramentas e peças, e nós duas ficamos de joelho. Eu tava tão no veneno que nem liguei para o chão sujo de óleo e vai saber que outros fluidos mecânicos ou humanos.

Quando meu namorado voltou, a gente já tinha invadido uma picape. Ele chegou na janela bem na hora que o cara enrabava a mulher, e ela me chupava em meio aos solavancos de ser encoxada no modo britadeira.

Me desvencilhei, abri a porta e fui com ele para o banco da frente. Deitei, e ele me lambeu do jeitinho que gosto, passeando bem devagar os lábios pelo entorno do meu clítoris. Gozei bem demorado na boca dele.

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Imagem: Adams Carvalho/UOL

No final ainda pegamos um pouco de estopa e secamos o estofado de couro para não dar treta entre o Japa e seu irmão.

Umas latinhas de cerveja nos refrescaram, e brindamos os quatro por aquela noite. Eu estava totalmente desmontada, mas até que ficaria mais. Já o gato falou que o cansaço pegou e queria ir.

Na volta pra casa, ele ficou meio caladão. Perguntei o que tava pegando, e confessou que tinha ficado com ciúmes. Consolei e disse que isso era normal. Em casa, conversamos bastante, e ele até se desculpou.

Nas festas seguintes na oficina, ele não quis ir. Nem quis saber: eu fui. Ele sabia muito bem que a putaria era onde eu extravasava as aporrinhações do dia a dia.

Passado um mês, ele falou que me acompanhava de novo e, aos poucos, foi se enturmando na confraria swingueira.

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A gente está junto há dois anos, e o novinho anda bem saidinho na sacanagem, cheio de iniciativa e muito disputado pela mulherada de lá. Agora sou eu que encarno a ciumenta às vezes. Pois é, o sexo é como a vida: tem suas idas e vindas, uma hora a gente está por cima, outra por baixo.

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