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Adeptos da brotheragem se pegam enquanto esperam corte em barbearia nudista

Uma casa disfarçada entre as tantas outras existentes na Vila Mariana, tradicional bairro de classe média alta de São Paulo, esconde um segredo saboroso: funciona ali uma barbearia nudista.

Ao abrir a porta, o cliente é recebido por um profissional completamente pelado para 'dar um tapa no visual' ao lado de outros homens adeptos da "brotheragem", leia-se pegação com outros homens. Homens acima de 18 anos, de diferentes corpos, raças e tamanhos de pênis circulam pelados à espera para cortar o cabelo ou fazer a barba, enquanto isso, aproveitam para socializar de uma forma íntima. Enquanto trocam amenidades, as mãos percorrem os paus uns dos outros, em uma espécie de masturbação coletiva, com toques corporais. Tudo, claro, consentido.

O cliente não paga para entrar nem para interagir com os demais clientes. O idealizador do projeto é o jovem empresário Motta. Ao UOL, ele explicou que a ideia de criar uma barbearia exclusiva para homens que curtem "brotheragem" surgiu quando começou a "buscar autonomia da profissão, a satisfação de um serviço com experiência única".

"Quando elaborei o barbeiro nu, fui me aceitando aos poucos e, conforme fui fazendo, fui me soltando. A demanda foi aumentando, fui chamando novos barbeiros, vendo quem toparia a ideia", explicou.

Hoje, o espaço oferta serviços de cortes de cabelo e barba, depilação, massagem e esfoliação corporal. Enquanto o serviço é realizado, o cliente também pode interagir com o profissional. "As pessoas se pegam, mas também cria um clima amigável, aproveitam para descontrair. Isso é bacana, deixa a casa leve. É uma barbearia voltada para o público adulto, temos essa interação, o cliente pode ficar mais à vontade, a única regra é não pesar muito, mas a brotheragem, ficar a vontade, é permitido", esclareceu Motta.

"Não sexualizo o nudismo"

Rodrigo*, 30, trabalha na barbearia com serviços de massagem. Ele explica que gosta "bastante" do trabalho e afirma ver o nudismo como algo natural, sem necessariamente remeter ao sexo, como tende a maioria das pessoas.

"Eu gosto bastante, fico pelado em casa. Para mim, funciona como naturalismo mesmo, tiro um pouco dessa sexualização. Tem gente que vê a pessoa pelada e fica excitado, eu não. As pessoas problematizam uma coisa que é muito simples, você ficar nu, por isso que eu gosto daqui. Não é uma sauna, que tem uma outra proposta. Aqui você vai curtir o momento, as pessoas, por isso que é legal", afirmou.

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Imagem: Keiny Andrade/UOL
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"Alguns clientes são mais ousados"

Mohamed*, 36, é um dos cabeleireiros do local. Ao UOL, ele disse que a proposta é "excelente" porque "os clientes ficam à vontade". Mas, por causa de alguns clientes mais ousados, às vezes é preciso impor "limites", sobretudo durante o corte, para não atrapalhar. Depois, é outra história.

"Eu permito educação, tudo que é essencial, toques... Pode rolar tudo que uma pessoa gay gosta de fazer... Os clientes adoram fazer isso, coisas pós-corte, rola tesão entre homens, o que é muito natural."

Um bom exemplo de cliente ousado é João*. Ele chega cerca de 30 minutos antes do horário agendado. Vai até o armário, guarda suas roupas e pertences e começa a circular pelado, ereto, perscrutando o ambiente, vendo o que lhe interessa. Em seguida, senta em um sofá e começa a alisar seu pau, em um sinal de convite para um outro rapaz, igualmente pelado e também à espera de renovar o visual, sentado de frente para ele, que observa seu membro duro. O outro rapaz é Victor*.

João e Victor se aproximam e começam a conversar, com uma cerveja para deixar o ambiente mais leve e relaxado. Uma mão na nuca que desce pelo peitoral e rapidamente encontra o pênis do novo amigo, o vai e vem que provoca excitação e deixa o pau rijo. Rola uma masturbação mútua. Depois do orgasmo, o papo continua e os assuntos se diversificam: cultura pop, futebol, política, sexo...

UOL conversou com João. Ele contou que já visitou lugares parecidos na Europa, mas que esta é a primeira vez nesse tipo de barbearia no Brasil. E logo se vê que ele está habituado a esses ambientes.

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Desinibido, João enfim se senta para cortar o cabelo, e não demora a deixar suas mãos devidamente ocupadas mais uma vez. Enquanto uma massageia seu próprio pênis, a outra procura o pau do barbeiro, que não demora a ficar ereto. Após o corte, contente, com o cabelo devidamente cortado e "aliviado", João veste suas roupas, pega suas coisas e vai embora.

Os barbeiros limpam as cadeiras com álcool em gel, higienizam seus objetos de trabalho e aguardam. Poucos minutos depois, chegam novos clientes. Eles vão até os armários, tiram suas roupas, guardam seus pertences e circulam pelados. Não demoram a ficar eretos e a interagir com outras pessoas. Todos curtem o prazer da "pegação em sigilo", sem julgamentos.

* Nomes fictícios a pedido dos entrevistados

SERVIÇO
Motta Barbearia e Estética Masculina
Rua Pelotas, 536 - Vila Mariana, tel.: (11) 96441-1778
Funciona de segunda a segunda, das 10h às 21h, exceto aos domingos, que é das 14h às 20h

Preços:

  • Cortes - R$ 65,00 (acréscimo de R$ 15,00 se for navalhado)
  • Barba - R$ 65,00
  • Combo cabelo + barba - R$ 110,00
  • Sobrancelha - R$ 15,00
  • Depilação - depende da região do corpo, se será na máquina ou na cera
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Os horários são agendados apenas pelo telefone ou no site

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