Sexo na cadeia, fãs, fraude: o que mudou para as 'Mulheres Assassinas'

Ullisses Campbell se tornou um dos autores que mais se destaca no cenário do true crime brasileiro. Ele publicou três livros sobre criminosas famosas do Brasil. Sua primeira obra, "Suzane: assassina e manipuladora", foi lançada em janeiro de 2020 e retratou a história de Suzane Von Richthofen, conhecida por mandar matar os pais em 2002.

O sucesso do livro levou ao lançamento de mais dois títulos, "Elize Matsunaga: A mulher que esquartejou o marido", em 2021, sobre a morte de Marcos Matsunaga pelas mãos da esposa, e "Flordelis, a pastora do diabo", em 2022, sobre a ex-deputada condenada por mandar executar o marido.

Agora, em 2023, a trilogia ganha uma nova edição, com um box especial e novas informações sobre os três casos. "Coleção Mulheres Assassinas: Suzane, Flordelis e Elize Matsunaga" figura como a obra mais vendida em Crimes Reais Biografia e Memórias da Amazon.

"Eu costumo brincar que essas mulheres não me dão descanso."
Ulisses Campbell em entrevista a Splash

Ullisses Campbell é jornalista e autor
Ullisses Campbell é jornalista e autor Imagem: Divulgação

Campbell explica que todas as três tiveram mudanças muito grandes em suas vidas nestes últimos anos e, a Splash, adiantou algumas das novidades dos livros.

"Quando a editora me propôs lançar o box, eu não vi muito sentido em fazer um lançamento só para ter uma caixa para guardar os livros. No entanto, como são biografias de pessoas que estão vivas, eu propus, para a editora, de fazer uma atualização. Porque quando você faz a biografia de pessoa que está viva, você lida com a vida e ela está em movimento. Por isso, os livros ficam ultrapassados."

Suzane Von Richthofen

Capa da biografia 'Suzane: Assassina e Manipuladora', escrita por Ulisses Campbell
Capa da biografia 'Suzane: Assassina e Manipuladora', escrita por Ulisses Campbell Imagem: Divulgação
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Vida agora. "O livro da Suzane lancei em 2020, quando ela ainda estava presa e noiva [de Rogério Olberg]. De lá para cá, ela se separou, ganhou a liberdade, virou costureira, está namorando [o médico Felipe Zecchini Muniz] e engravidou."

Poder de manipulação. "Apesar de ter matado os pais, que é um crime muito cruel, a Suzane não tem atestado de psicopatia. Porém, após a publicação do livro, muitos psicólogos me procuraram dizendo que alguns assassinos têm um poder de manipulação tão grande que eles conseguem manipular até um avaliador. Quem sabe a Suzane não tem esse poder?"

Narcisismo. "Ela tem narcisismo diagnosticado por profissionais. Ela gosta de aparecer, gosta de estar na mídia. Ela gosta de ser assunto, então a Suzane tem a pauta dela. Quando ela faz um ateliê de costura e abre um Instagram para anteder os fãs, é para isso."

A Suzane matou o pai e a mãe, e tem fãs.

Desejo de trabalhar. "Ela queria ser telefonista da Câmara Municipal de Avaré, da Câmara de Vereadores. Eu acho uma ousadia muito grande a Suzane atuar como telefonista. Como um próprio vereador me falou: 'o que ela quer? Ela quer sentar aqui para trabalhar, atender um telefone e dizer: Suzane Von Richthofen, bom dia, como posso te ajudar?'"

Marcação cerrada. "Depois que fiz a biografia dela, a Suzane não faz nada na vida sem que as pessoas me avisem. É impressionante: me mandam que ela está na padaria comprando pão, lavando o carro no lava-jato, comprando tecido lá para lojinha dela."

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Flordelis

A ex-deputada federal Flordelis com o namorado Allan Soares
A ex-deputada federal Flordelis com o namorado Allan Soares Imagem: Reprodução/ Instagram

Não tem um ano que o livro dela foi lançado, em dezembro do ano passado. Em menos de um ano, a vida da Flordelis também fez uma curva muito acentuada: ela está cumprindo uma sentença de 50 anos.

Novo julgamento. "Ela tem o desejo de ter um novo julgamento, porque acha que a pena dela foi injusta. Ela também diz estar com problemas no coração, que ela quer cumprir pena em casa."

Sexo na cadeia. "Ela pede para o sistema penal do Rio de Janeiro para ter visita íntima com um novo namorado dela, o Alan, que tem 23 anos. Ou seja, ainda tem essa contradição, né? Ao mesmo tempo que ela diz que está com problemas cardíacos, ela quer fazer sexo dentro da cadeia."

Entrevista exclusiva. "Ela se diz inocente, e a reedição do livro traz uma entrevista com ela, na qual ela está dizendo que é inocente. [...] Eu não posso entrar em muito detalhes sobre essa entrevista, porque foi um acordo que fiz com ela, mas eu não estive em nenhum momento na penitenciária. Ela foi costurada com os advogados dela."

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Pena divina. "Mesmo se dizendo inocente, eu acho que ela vai aceitar a pena como provação divina."

Elize Matsunaga

Capa de 'Elize Matsunaga: a mulher que esquartejou o marido'
Capa de 'Elize Matsunaga: a mulher que esquartejou o marido' Imagem: Divulgação

Trabalho no aplicativo e fraude. "Ela estava presa quando lancei o livro em 2021 e, de lá para cá, ela já foi solta e estava fazendo transporte de aplicativo. Ela falsificou atestado de antecedentes criminais para poder trabalhar em um condomínio de luxo."

Sem problemas em falar do crime. "Elize fez transporte de aplicativo, e eu conversei com muitas pessoas que fizeram corrida com ela, e elas contam que ela fala normalmente e assume que é ela. [...] Ela fica se capitalizando com esse contato."

Lançamento

O box "Coleção Mulheres Assassinas: Suzane, Flordelis e Elize Matsunaga" já está disponível para compra.

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Nesta sexta-feira, a partir das 16h, Ulisses Campbell recebe os leitores para uma tarde de autógrafos na Livraria Drummond, no Conjunto Nacional, na Avenida Paulista, 2073. O evento contará também com uma live do autor e do jornalista Beto Ribeiro, no YouTube.

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