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Quem é o advogado citado na CPI da Covid que se diz o 'Superman brasileiro'

Aldebaran Von Holleben vê "sincronicidade" entre a morte de Christopher Reeve e uma de suas fotos de infância
Aldebaran Von Holleben vê "sincronicidade" entre a morte de Christopher Reeve e uma de suas fotos de infância
Michael Ochs Archives/Getty Images

De Splash, em São Paulo

03/08/2021 18h36Atualizada em 03/08/2021 19h02

A CPI da Covid está de volta e continua provando que o Brasil não é para amadores.

No episódio de hoje, o senador Jean Paul Prates (PT-RN) questionava o reverendo Amilton Gomes sobre os logos da ONU que ele incluiu em um documento, mesmo sem ter qualquer relação com a ONU.

Então o senador chocou todos os presentes com uma pergunta:

O senhor acha que ele é uma pessoa mentalmente sadia, sã? O senhor o conhece? O senhor sabia que ele reivindica... [risos] Ele reivindica que ele é o Superman brasileiro?

Sim, é isso mesmo que você leu. Não entendeu nada? Splash explica.

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Esse é Aldebaran Von Holleben, advogado e morador de Ponta Grossa (PR).

Aldebaran foto de capa - Reprodução/Facebook - Reprodução/Facebook
Imagem: Reprodução/Facebook

O nome de Cavaleiro do Zodíaco não é a coisa mais surpreendente sobre ele: Aldebaran também fez um pedido na Justiça para ser reconhecido como o Superman brasileiro.

O pedido envolve a Warner Bros. e o time Flamengo.

Quando era criança, Aldebaran foi a um parque de diversões vestindo um uniforme do Flamengo e calçando um par de tênis do Superman. Ele tirou duas fotos: uma no cavalo do carrossel e outra com um leão de brinquedo.

Agora, ele quer que a Warner reconheça que, no Brasil, ele é o Superman.

O motivo: 17 anos depois de ele tirar uma foto com o cavalo do carrossel calçando o tênis do personagem, o ator que interpretava o herói, Christopher Reeve, sofreu um acidente enquanto andava a cavalo e ficou tetraplégico.

Aldebaran processo 3 - Reprodução - Reprodução
Imagem: Reprodução

Para Aldebaran, há "sincronicidade (coincidência significativa)" entre sua foto e o acidente de Christopher Reeve. Ele aponta como prova o fato de que, na foto do carrossel, aparece uma caveira — símbolo do renascimento, de acordo com o advogado.

Para ele, as fotos também ajudaram o Flamengo:

Aldebaran processo 1 - Reprodução - Reprodução
Imagem: Reprodução

Achou engraçado?

A juíza Erika Watanabe não parece ter achado. Foi ela quem negou o pedido de Aldebaran, argumentando que a solicitação "somente tumultua a atividade jurisdicional":

Aldebaran processo 2 - decisão juíza - Reprodução - Reprodução
Imagem: Reprodução
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Mas, afinal, por que estamos falando desse cara?

Quem depôs hoje na CPI foi Amilton Gomes, presidente da SENAH, a Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários — que, apesar do que o nome sugere, não é um órgão do governo.

Ele confirmou ter atuado como um dos elos para que a Davati Medical Supply conseguisse ofertar ao Ministério da Saúde um suposto lote de 400 milhões de doses da vacina AstraZeneca.

A SENAH tem uma parceria com a UNMIR, a United Nations Mission of International Relations (Missão de Relações Internacionais das Nações Unidas) — que, apesar do que o nome sugere, não tem nada a ver com a ONU.

E não é só o nome que engana!

Veja, lado a lado, os símbolos da UNMIR e da ONU:

Logos UNMIR e ONU - Reprodução - Reprodução
Imagem: Reprodução

Era esse o símbolo que estava no documento que Amilton Gomes assinou, e o senador Jean Paul Prates questionou.

E sabe quem é presidente da UNMIR?

Ele mesmo: Aldebaran Von Holleben, o Superman brasileiro!

De acordo com o site (em inglês) da instituição, a UNMIR é "uma organização internacional que une ONGs ao redor do mundo pela causa de avançar a paz e o bem-estar global".

O endereço indicado no site aponta para um espaço de coworking em Nova York (e não para a sede da ONU, como o nome pode sugerir).

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No formulário para contato, há um link para o site da "Missão Brasileira das Forças Internacionais de Paz da ONU Organização Intergovernamental" — que (você já sabe!), apesar do que o nome sugere, não tem relação com a ONU ou com o governo.

Esperamos que, além de investigar as medidas de combate à pandemia, a CPI da Covid também continue nos apresentando personagens tão interessantes como o Superman brasileiro!