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DC barrou Regé-Jean Page como avô de Superman por ele ser negro

Regé-Jean Page, o Duque de Hastings de "Bridgerton", quase foi avô do Superman em "Krypton" - Liam Daniel/Netflix
Regé-Jean Page, o Duque de Hastings de 'Bridgerton', quase foi avô do Superman em 'Krypton' Imagem: Liam Daniel/Netflix

De Splash, em São Paulo

06/04/2021 10h49

Geoff Johns, que foi presidente da DC Entertainment entre 2010 e 2018, impediu os produtores da série "Krypton" de escalar Regé-Jean Page (que na época ainda não era conhecido como o Duque de Hastings de "Bridgerton") no papel do avô do Superman.

De acordo com fontes do The Hollywood Reporter, Johns teria citado especificamente o fato de Page ser negro como impedimento para que ele interpretasse o papel.

"Krypton", que ficou no ar entre 2018 e 2019, contava as aventuras de Seg-El, avô de Kal-El (o futuro Superman), antes da destruição do planeta. O papel acabou sendo vivido por Cameron Cuffe, um ator branco.

Representantes de Johns responderam à acusação dizendo que o produtor achou, na época, que os fãs esperariam um ator "que se parecesse com um jovem Henry Cavill" no papel de Seg-El.

Seg-El (Cameron Cuffe) em cena da segunda temporada de "Krypton" - Reprodução/Twitter - Reprodução/Twitter
Seg-El (Cameron Cuffe) em cena da segunda temporada de "Krypton"
Imagem: Reprodução/Twitter

Sem heróis gays

Este não foi o único problema nos bastidores de "Krypton", segundo a matéria do THR. Fontes do veículo ainda disseram que Johns vetou a possibilidade do personagem Adam Strange, um herói interpretado por Shaun Sipos, ser retratado como gay ou bissexual.

Strange, um humano super poderoso que aparece do futuro para avisar Seg-El sobre o ataque do vilão Brainiac (Blake Ritson) e contar a ele sobre os feitos do seu neto, é heterossexual nos quadrinhos.

Na série, supostamente por determinação de Johns, sua sexualidade ficou apenas no subtexto. O personagem é visto sorrindo para um soldado nu do sexo masculino em uma cena de "Krypton", e tem uma breve conversa com Alanna, seu interesse romântico das HQs, que implica um passado entre eles.

"Geoff celebra e apoia personagens LGBTQIA+, incluindo a Batwoman, que voltou aos quadrinhos em 2006, como uma mulher lésbica, em uma série coescrita por ele", comentaram os representantes do produtor, sem citar o caso específico relatado na matéria.

Shaun Sipos como Adam Strange em 'Krypton' - Reprodução - Reprodução
Shaun Sipos como Adam Strange em 'Krypton'
Imagem: Reprodução