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OPINIÃO

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Entrar no BBB é justificativa para faltar no serviço? Especialistas opinam

"O senhor vai ter que conversar com nosso departamento jurídico" - Reprodução
"O senhor vai ter que conversar com nosso departamento jurídico" Imagem: Reprodução

Colunista do UOL*

10/01/2022 11h00

Suponhamos que você escolheu um prestador de serviços para realizar uma tarefa importante — digamos, só pra dar um exemplo totalmente hipotético, um humorista conhecido para atuar em esquetes. Você chega a gravar uma esquete com esse tal "Ted Gana" (nome fictício), gosta do resultado e combina que irão fazer mais algumas em 2022.

Eis que chega o ano novo, e o telefone desse profissional simplesmente para de atender suas ligações. Você tenta contato por DM, email, empresário (caso ele tenha, lembre-se que é só uma hipótese aqui), e nada. Ao mesmo tempo, começam a pipocar notícias na internet que o prestador com o qual você contava com os serviços está sendo cotado para participar do Big Brother Brasil. O que fazer nesses casos? Sem nenhum interesse próprio, resolvemos investigar e consultar advogados — digo, especialistas.

Descobrimos que essa situação de perder mão-de-obra para o BBB é bem mais comum do que se imagina, afligindo cada vez mais contratantes brasileiros, já que em sua 22ª edição, o programa se aproxima da marca de 8 mil ex-participantes (algo por aí, fizemos a conta de cabeça). Para nossa surpresa, os especialistas consultados dizem que não há muito o que fazer, uma vez que no lugar deles, você provavelmente faria o mesmo.

Segundo esses especialistas, a dica para evitar situações constrangedoras como essa (que veja bem, não estamos dizendo que aconteceram conosco, os advogados fizeram questão que a gente frisasse que é só um exemplo) é prestar atenção nos sinais antes que a coisa aconteça. Entre os sinais, estão: colocar emoji nos perfis da internet, aparecer em colunas do Léo Dias e insistir para colocar uma piada de BBB na esquete para o qual você o convidou pra gravar, que na hora pareceu irrelevante mas agora ganha todo um significado.

Caso você seja uma das pessoas acometidas por esse "golpe", até onde pudemos apurar, o remédio é esperar vários meses até que os contratos de exclusividade percam a vigência ou o profissional em questão seja cancelado na internet e volte a ficar disponível. Não que desejemos isso pra ninguém! Como já afirmamos e reafirmamos aqui, isso é só um exemplo hipotético.

*Gustavo Martins é editor-chefe do Porta dos Fundos. No Instagram: @gbmartins