CPI da Pandemia não é entretenimento

Embrenhado no mundo selvagem da cobertura de grandes eventos do entretenimento nacional, passo por uma fase complicada, de profunda falta de assunto. Com o fim do BBB 21 e o hiato nas produções de novelas inéditas, está difícil arranjar pauta para engajar.

Já faz algumas horas que o Gil do Vigor não dá as caras em nenhum programa da Globo e a Juliette assumiu uma postura blasé em relação aos meros mortais. Pouca gente está assistindo ao Power Couple e o No Limite ainda não rendeu o esperado.

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Muitos leitores, telespectadores e ouvintes, cientes da minha dificuldade, tentaram sugerir caminhos: "Chico, você deveria comentar a CPI da Pandemia". Quem me acompanha já percebeu que não chego a ter maiores questões morais em relação ao que prestigio na TV, então resolvi dar uma chance.

Infelizmente foi difícil passar a arrebentação nessa praia da Nazaré dos sentimentos mais primitivos. Admiro todos que estão conseguindo fazer lives com uma abordagem supostamente bem humorada, ou criando memes intrigantes. Para mim, foi como um soco no estômago.

Os participantes desse reality são os mais eloquentes representantes da nossa falência enquanto sociedade, mas não de um jeito fofo como no BBB e na Fazenda.

E esse interesse pelo ppv da TV Senado parece ter a ver com a carência geral por momentos catárticos e também uma necessidade desesperada de encontrar caminhos mais lúdicos para concatenar tudo o que estamos passando.

Enquanto espero minha vez na fila da vacina, evitarei acompanhar de perto as declarações lamentáveis de ernestos e pazuellos, ensaiadas como bravatas de vilões de filmes ruins.

Seguirei focando minha energia em outros setores da internet. Já viram o vídeo do Belo com a Gracyanne? O piano toca sozinho e ela faz um movimento arriscado com as pernas. É simplesmente o máximo.

Voltamos a qualquer momento com novas informações.