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Colombo perdendo espaço no México
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Resumo da notícia
- Monumento foi retirado ano passado
- Homenagem aos indígenas deve ser inaugurada mês que vem
- Apesar dos protestos, outra homenagem a Colombo segue na cidade
Por quase 150 anos ele seguiu firme em uma grande avenida na capital do México, olhando para Europa, de onde a figura que o inspirou partiu em 1492. Cristóvão Colombo, o navegador genovês, é símbolo da invasão europeia na América. Ainda que nunca tenha pisado no que veio a se conhecer como México, foi homenageado com um monumento que perdurou até o ano passado. Mas ele não estava sozinho ali. Aos seus pés, outras figuras relacionadas com a chegada dos europeus ao novo mundo: os religiosos Pedro de Gante, Juan Pérez de Marchena, Diego de Deza e Bartolomeu de las Casas. Hoje, onde ficava a estátua, só restou um pedestal. Mas esse espaço vazio será ocupado por uma escultura de uma mulher indígena. O anúncio foi feito no último domingo como parte da celebração do Dia Internacional da Mulher Indígena na Cidade do México.
As figuras europeias foram retiradas não por seu passado colonizador, mas para um restauro programado pelo Instituto Nacional de Antropologia e História. Como os protestos contra estátuas de figuras relacionadas à escravidão e ao processo de colonização pelo mundo todo, até hoje as figuras de Colombo e os freis nunca voltaram de seus reparos e seguem em alguma sala de museu.
A tarefa de homenagear as mulheres indígenas cabe agora ao mexicano Pedro Reyes, que retratará uma pessoa da civilização olmeca e virá com um título que se refere a uma palavra uto-asteca para "terra". A previsão é que a estátua esteja finalizada até o dia 12 de outubro, quando se comemora no México justamente a data da chegada de Colombo nas Américas. A estátua de Colombo saiu do seu pedestal justamente pouco antes dessa data no ano passado, o que evitou protestos já previstos contra o conquistador. Em 18 de dezembro de 2020 o presidente Andrés Manuel López Obrador mudou o nome do feriado de Dia da Raça para Dia da Nação Pluricultural. Este ano marca ainda o 700º aniversário da fundação de Tenochtitlan, um precursor da Cidade do México que foi uma fortaleza asteca até cair nas mãos dos conquistadores espanhóis em 1521.
Desde sua inauguração, a estátua de Colombo gera controvérsias. O monumento havia sido encomendado pelo empresário Antonio Escandón ao arquiteto Ramón Rodríguez Arangoiti, que aproveitaria esboços do artista Manuel Vilar. Escandón aprovou os esboços, mas encomendou novas esculturas a Charles Cordier, que realizou a versão definitiva. O monumento chegou a Veracruz em 1875, sendo definitivamente instalado em 1877. Após a decisão de Escandón, Rodríguez Arangoiti chegou a acusar Cordier de plagiar o monumento de Vilar. Não bastasse um Colombo, agora a Cidade do México ganhava 2. A escultura de Vilar seria colocada em um novo monumento em em 1892. Esta ainda permanece na cidade, mas é questão de tempo para esse Colombo fazer companhia para o outro em alguma sala escura.
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