Amaury Jr.

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A atriz Luiza Porto dubla personagem da Pixar

A atriz, cantora e dubladora Luiza Porto, conhecida por sua versatilidade nos palcos e nas telas, dá voz a personagem Faísca, na animação da Pixar "Elementos", indicada ao Oscar. Ela iniciou 2024 celebrando novos projetos, como o lançamento do filme musical "Bom Dia Sem Companhia", uma obra original do premiado autor Vitor Rocha, que, depois de brilhar nos palcos, conquista novos territórios e públicos ao estrear nas principais plataformas de streaming, tornando-se uma experiência única na abordagem sobre os desafios que permeiam o universo dos artistas mirins.

Luiza Porto
Luiza Porto Imagem: Andrea Pimont/Divulgação

Embora Luiza não tenha iniciado sua carreira como uma atriz mirim, sua infância foi permeada por intensas experiências na ginástica, cultivando responsabilidade e prática desde cedo. A transição para as artes cênicas ocorreu organicamente, influenciada por eventos teatrais escolares, a presença constante da música em casa e o envolvimento da família em atividades artísticas, coisas que não lhe deram tempo para considerar um plano B de carreira, ainda que essa seja uma questão constante no seu subconsciente.

Ela conversou com exclusividade com o Blog do Amaury, dá uma olhadinha...

1. Você é a dubladora da personagem Faísca, da animação "Elementos", da Pixar, que concorreu ao Oscar este ano. Na sua opinião, o que fez dela potencial para o reconhecimento?

Além da excelência na riqueza do traço, efeitos e designer na animação, Elementos possui uma história linda que retrata a realidade de quem chega a uma nova cidade e faz dela seu lar. É uma obra completa que te faz mergulhar e ter empatia sobre a luta e o legado deixado por nossos pais. Acredito que tem muitas chances de levar e estou na torcida.

2. Como foi a experiência de dar voz à personagem e como é a sensação de ser "uma personagem da Disney"?

Foi uma experiência incrível e que marcou a minha carreira. É a sensação de fazer parte de um sonho que foi criado quando eu era criança e nem imaginava que um dia isso seria possível. Os projetos da Disney tem uma característica de falar tanto com a criança quanto com o adulto, com uma trama que faz a gente se identificar e ainda com uma mensagem especial. Poder contribuir através da minha voz e trabalho para essa obra chegar em muitos brasileiros e inspirá-los é uma honra e não fingirei normalidade.


3. Embora tenha muita experiência na dublagem, teve algum desafio maior ou diferente ao dar voz a Faísca?

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Saindo do sonho que é fazer uma animação Disney & Pixar vem a responsabilidade de dar voz a protagonista de cinema com toda sua emoção e personalidade. O processo de gravação foi muito cuidadoso pelo diretor de dublagem Diego Lima e pela gerente criativa da Disney Vânia Mendes. Desde a busca pelo tom, os termos relacionados ao fogo e a vulnerabilidade que a personagem pedia. Foi um grande desafio pela vontade de ser perfeito, mas eu estava muito bem amparada.

4. Na dublagem, muitas vezes, os testes são às cegas e não há chance de estudo prévio do perfil da personagem, diferente de uma personagem no Teatro. Como se prepara para uma construção assim?

Quando vou fazer algum teste de dublagem eu busco estar aberta para compreender em poucos minutos quem é a personagem e por qual situação está passando. Normalmente o diretor "brifa" sua personalidade e juntos vamos ensaiando e gravando. Coloco minha visão e personalidade na interpretação que acho que combina, mas é sempre um tiro no escuro mesmo. Aprendi a encarar os testes de forma mais leve e a fazer o teste e esquecer dele… rs

Filme "Elementos"
Filme "Elementos" Imagem: Reprodução

5. Você é uma das estrelas de "Petshop - O Musicão", a estrear, conta um pouco sobre sua preparação para dar vida à cachorrinha MC. Houve alguma preparação vocal específica para o papel?

Interpretar a Mc foi uma surpresa… rs

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O que eu imaginava para ela foi sendo desconstruído pela diretora Fernanda Chamma, ela me trouxe uma personagem mais centrada, com tons graves e diferente de todos os outros personagens da história. Como voz de comando fui em busca de uma atitude menos gritada e mais direta, segura e firme. Isso me ajudou a entender como vocalmente eu "protejo" a minha voz sem perder a potência necessária para a cena.

6. Como é trabalhar ao lado de seu companheiro de vida, Arthur Berges, no musical "PetShop"? Isso trouxe alguma dinâmica diferente para sua performance?

Está sendo delicioso. É muito bom poder jogar com alguém tão talentoso e com esse nível de intimidade. Eu acredito que a performance só ganhou… rs Pudemos trocar e propor de forma natural.

7. Recentemente o musical "Bom Dia Sem Companhia" chegou ao streaming, após estrear nos palcos. Como foi o processo de adaptação para as telas e como você se preparou para o papel de Lara?

O tempo do streaming é completamente diferente do teatro. Captamos o filme antes de viver a temporada, então quando fomos finalizar o filme em 2023 tivemos a oportunidade de colocar muitas camadas que foram descobertas durante as temporadas vividas no Teatro Viradalata e Teatro Vivo.

Foi muito bom ajustar falas e tom de voz da Lara, quando gravamos ainda não tinha descoberto tantas nuances e possibilidades. Isso é maravilhoso poder reviver e ajustar para o lançamento no streaming.

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8. Qual aspecto da personagem Lara você mais se identifica ou mais gostou de explorar durante a produção?

Eu adoro como a Lara é sincera ao falar de si mesma e sobre os traumas dela. Sentar na poltrona de frente para o público como terapeuta é um lugar de extrema vulnerabilidade e sinceridade. É muito reconfortante e transformador revisitar algumas situações e poder falar abertamente sobre seu sentimento nelas.

9. A temática de "Bom Dia Sem Companhia" aborda os desafios de ser um artista desde criança. Como você acha que essa narrativa ressoa com o público, especialmente aqueles que estão envolvidos nas artes desde jovens?

Acho que rola uma identificação com os personagens por quem viveu ou vive algo parecido, mas também por todos aqueles que vivem os desafios das relações não só no mundo artístico. O Bom Dia aborda temas como a síndrome do impostor, ansiedade, comparação e relações tóxicas. Esperamos que nossa narrativa ajude e de ferramentas de percepção e transformação tanto para os jovens artistas quanto para todos que passam por isso.

10. No contexto do enredo de "Bom Dia Sem Companhia", como você acredita que a fama afeta os personagens e suas relações pessoais?

A fama faz uma amizade se transformar em uma briga acompanhada em rede nacional. A vida deles se torna o entretenimento e eles se perdem no meio disso. A fama te dá a sensação que ao mesmo tempo que você tem milhões de pessoas ao seu lado, você está sozinho. Um pouco como a vida, mas aumentado pela ótica do sensacionalismo.

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Imagem: Divulgação

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do BOL

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