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Aline Ramos

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Debochado e inescrupuloso, Pyong se tornou essencial para a Ilha Record

Reprodução / Play Plus
Imagem: Reprodução / Play Plus

Colunista do UOL

12/08/2021 00h28

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Com fama de estrategista após a estadia no Big Brother Brasil 20, Pyong Lee desembarcou na Ilha Record disposto a fazer jus a essa questionável reputação. O fracasso das artimanhas no BBB não parece um problema, e ele tem mostrado muitos atributos no atual programa. Sem escrúpulos quando o assunto é jogo, se comporta como se fosse o mais experiente entre todos, um verdadeiro oráculo de realities shows.

Tem sido praticamente impossível assistir uma edição sem vê-lo agindo como um professor que dá aulas para os pobres mortais que dividem o mesmo teto que ele, mesmo que ninguém tenha solicitado. Vencedora do Power Couple 1, Laura Keller teve que ouvir uma palestra sobre como é a experiência do confinamento como se nunca tivesse participado de um.

Pyong nunca está parado. Ele faz planos mirabolantes, provoca adversários, faz joguinhos mentais e tira todo mundo da zona de conforto - e do sério. Debochado, vai sempre bem nas provas e exala muita segurança, o que tem convencido a maioria dos exploradores da ilha.

Porém, o comportamento também incomoda alguns participantes. Mirella, a Gêmea Lacração, que está na Caverna do Exílio, o odeia com todas as forças. Lucas Selfie, outro exilado, não vê a hora do adversário se dar mal. Pioneiro do exílio, Dinei também quer vê-lo pelas costas. Arrogância, prepotência e jogo sujo estão entre os fatores alegados para essa rejeição.

Boa parte do público também reage negativamente às atitudes de Pyong no jogo, mas, do lado de fora, os motivos também esbarram na acusação de assédio à Marcela Mc Gowan no BBB 20 e na mal contada história da possível traição à sua ex-esposa com Antonella Avellaneda na Ilha Record.

Com todo esse comportamento e histórico, fica difícil não odiar Pyong no programa. Ele parece ciente disso, caprichou no personagem e tem sido um vilão de respeito. Assim, se tornou essencial para a Ilha Record. O fato de não poder ser eliminado pelo público o ajuda, ele está livre pra ser a sua melhor versão.

Ao contrário de alguns vilões que amávamos odiar, Pyong não convence pelo carisma, mas pelo ódio. Ser vilão e conquistar o coração do público é para poucos. Ele pode mexer com as emoções dentro do jogo, mas aqui fora é muito fácil saber que o apreço por ele é justamente por ser detestável. E está tudo bem.