Topo

Exposição em Paris propõe imersão digital em Pompeia, antes da destruição pelo Vesúvio

A exposição no Grand Palais de Paris fica em cartaz até 27 de setembro - Reprodução/Instagram @le_grand_palais
A exposição no Grand Palais de Paris fica em cartaz até 27 de setembro Imagem: Reprodução/Instagram @le_grand_palais

28/08/2020 13h58

A emoção é garantida. Uma exposição com muitos efeitos especiais e realidade virtual, em cartaz no Grand Palais de Paris, leva o visitante para uma viagem no tempo e no espaço até Pompeia, antes que a cidade italiana fosse destruída por uma erupção do vulcão Vesúvio no ano 79, quase dois mil anos atrás.

O visitante tem a impressão de passear pelas ruas da cidade como se elas ainda estivessem intactas, descobrindo, graças às novas tecnologias, os modos de vida da época romana e a requintada arquitetura de Pompeia.

Roei Amit, diretor do setor digital do Grand Palais, em uma entrevista a Alexandre Ravasi da RFI, diz que a exposição digital foi possível por conta principalmente de todo o conhecimento adquirido em anos de escavações nas ruínas da cidade.

"A exposição tem o objetivo de compartilhar com o público o conhecimento que temos dessa civilização, da história, de sua destruição, mas também de dividir a emoção e o deslumbramento diante desses afrescos antigos. É um novo formato de exposição virtual, de simulação de uma realidade. Realizada cientificamente por equipes que captaram as escavações e laboratórios que reconstruíram imagem por imagem. Ela reproduz a cidade como ela realmente era", explica Amit.

A exposição mostra pela primeira vez objetos, afrescos e mosaicos descobertos por escavações recentes no Parque Arqueológico de Pompeia. Um dos passeios virtuais se concentra na rua do Balcão, que abriga a Casa com Jardim e a Casa de Orion, encontradas há dois anos e que guardavam verdadeira obras de arte.

De repente, no meio da visita, os visitantes são alertados por um estrondo. O Vesúvio entra em erupção diante de nossos olhos e, em poucos minutos, a cidade é soterrada embaixo de uma espessa nuvem de cinzas e rochas derretidas. A reprodução da erupção foi antes de mais nada "um desafio científico", indica o diretor do Grand Palais. Ela é resultado de horas e horas de reconstituição e seu efeito é provocado "também pelo som que acompanha".

Escavações

Durante o percurso, sons de pás e picaretas chamam atenção. O visitante observa o trabalho contemporâneo dos arqueólogos em Pompeia e acompanha, virtualmente, a evolução das escavações desde o final do século 18.

"Pompeia foi descoberta há 300 anos", lembra Roei Amit, e foi um dos primeiros sítios arqueológicos do mundo. "Desde então, vem sendo objeto de pesquisas e estudos sucessivos. Ela está na ponta tecnológica da reconstituição virtual da arqueologia", ressalta.

Um dos visitantes, o professor de história Claude, ficou também impressionado pelos objetos expostos, encontrados nas ruínas de Pompeia. Ele nota que "as peças expostas não são muito numerosas", mas "são valorizadas pela montagem e contextualizadas pelas reportagens filmadas sobre o trabalho dos arqueólogos". O professor achou "as reconstituições virtuais muito eloquentes" e deixou a exposição com "vontade de conhecer um pouco mais sobre a época Romana, e em particular, Pompeia".

A emoção de visitar a cidade é ainda maior para quem nunca pode visitar o Parque Arqueológico da Pompeia, na Itália, na região de Nápoles. "A exposição nos faz sonhar e também nos emociona profundamente. Vivenciamos o destino dessas pessoas. Meu pai foi a Pompeia e tem muitas coisas que ouvi sem ver. E aqui, elas começam a ganhar forma e vida", disse Evelyne.

Mudança de datas

A Exposição Pompeia no Grand Palais deveria ter sido inaugurada em março, mas por causa da pandemia de Covid-19, só pode ser aberta ao público em julho. As medidas de proteção em vigor para evitar novas contaminações modificaram um pouco a exposição. As telas tácteis não podem ser usadas, o número de visitantes é reduzido e os ingressos têm que ser comprados com antecedência, mas o adiamento acabou favorecendo alguns interessados.

"Estávamos um pouco frustrados. Durante a quarentena não podíamos fazer nada. A vantagem da pandemia de Covid é que ela prolongou a duração das exposições. Não poderíamos ter visto esta exposição sobre Pompeia antes porque moramos no interior, e agora, felizmente, pudemos vir", comentou Julien, que pode fazer a visita virtual com os filhos.

Além da exposição, que fica em cartaz até 27 de setembro, o Grand Palais de Paris disponibiliza em seu site passeios virtuais por Pompeia.