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Número de malas extraviadas dobrou entre 2021 e 2022; entenda por quê

Em 2022, bagagens que sofreram atrasos corresponderam a 80% de todos os extravios - Justin Case/Getty Images
Em 2022, bagagens que sofreram atrasos corresponderam a 80% de todos os extravios
Imagem: Justin Case/Getty Images

De Nossa

19/05/2023 04h00

O número de malas extraviadas dobrou em 2022 em comparação com as bagagens atrasadas, perdidas, furtadas, roubadas ou danificadas de 2021, revelou o levantamento 2023 Baggage IT Insights da empresa de tecnologia de informação para o transporte aéreo Sita divulgado nesta quarta (16).

Cerca de 7,6 malas foram extraviadas a cada mil viajantes. Em 2022, bagagens que sofreram atrasos corresponderam a 80% de todos os extravios. Perdidas e roubadas totalizaram 7% e as danificadas e furtadas somaram 13%.

A Sita apontou a retomada das viagens internacionais pós-pandemia como o principal motivo para o crescimento da desordem das malas. O cenário de caos aéreo, com superlotação dos aeroportos e escassez de funcionários tornou mais difícil o gerenciamento das bagagens.

Um momento atípico

Os extravios não aumentavam há mais de uma década de melhorias nos processos em aeroportos. Entre 2007 e 2021, a queda era equivalente a 59,7% nos erros de processamento das bagagens.

Etiqueta em mala de viagem no aeroporto - picture alliance/dpa/picture alliance via Getty I - picture alliance/dpa/picture alliance via Getty I
A falta de funcionários e o aumento brusco de passageiros de um ano a outro criaram uma desafiadora situação nos aeroportos
Imagem: picture alliance/dpa/picture alliance via Getty I

No entanto, entre 2021 e 2022, o manuseio incorreto de malas sofreu um aumento de 74,4%. Já os atrasos na transferência dos pertences aos seus destinos cresceu 42%. De maneira análoga, o número de passageiros passou de 2,28 bilhões para 3,42 bilhões — mas ainda abaixo dos 4,54 bilhões de 2019, antes da pandemia.

Historicamente, as malas de voos com conexão correspondem à maioria dos extravios por erros nos deslocamentos durante o percurso de longa distância, o que voltou a se confirmar em 2022 com um aumento de apenas um ponto percentual nas taxas de atraso, roubo ou furto, perdas ou danos destas bagagens.

Voos internacionais são mais problemáticos

De forma análoga, o mau gerenciamento das bagagens é mais frequente nos voos internacionais. A taxa para rotas globais é de 19,3 casos de extravio a cada mil passageiros, enquanto em rotas domésticas é de apenas 2,4. Isso significa que é oito vezes mais provável ter sua mala perdida, atrasada, roubada, furtada ou danificada ao viajar para o exterior do que dentro do país.

Durante o caos aéreo de 2022, malas perdidas se acumularam no aeroporto de Heathrow, em Londres - Twitter/@StuDempster - Twitter/@StuDempster
Durante o caos aéreo de 2022, malas perdidas se acumularam no aeroporto de Heathrow, em Londres
Imagem: Twitter/@StuDempster

As principais causas para esta facilidade, segundo o relatório da Sita, são o aumento de voos de longa distância, congestionamento de aeroportos internacionais, procedimentos de fronteira, falta de equipe e barreiras de linguagem. Falhas no carregamento das malas ainda foram responsáveis por 18% de todos os extravios, o dobro de 2021, quando houve 9%.

Possíveis soluções

O relatório ainda diagnosticou uma necessidade crescente de digitalizar e automatizar ainda mais o processamento de malas, para evitar os erros no processo.

Companhias procuram automatizar, cada vez mais, a transferência das bagagens para evitar erros - Getty Images/iStockphoto - Getty Images/iStockphoto
Companhias procuram automatizar, cada vez mais, a transferência das bagagens para evitar erros
Imagem: Getty Images/iStockphoto

Investir em informações em tempo real que informa o status das malas tornou-se uma das principais prioridades das companhias aéreas, com 57% delas fornecendo a seus funcionários acesso em dispositivos móveis a essas informações atualmente, de acordo com a Sita.

A expectativa é que esse número aumente significativamente, para 84%, até 2025. Além disso, 67% das companhias aéreas planejam oferecer o status em tempo real da bagagem diretamente aos passageiros, o que representa um aumento significativo em relação aos 25% atuais.