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Conheça oito destinos reais que inspiraram castelos das princesas da Disney

Neuschwanstein, na Alemanha, não apenas inspirou o Castelo da Cinderela como está na logomarca da Disney - RudyBalasko/Getty Images
Neuschwanstein, na Alemanha, não apenas inspirou o Castelo da Cinderela como está na logomarca da Disney Imagem: RudyBalasko/Getty Images

De Nossa

28/07/2022 04h00

Quando o assunto é castelo e palácio, mais do que a rainha Elizabeth 2ª ou qualquer outro monarca, a Disney parece ser a autoridade oficial. O que pouca gente sabe é que boa parte das versões vistas em filmes e animações da empresa são inspiradas em estruturas reais e cheias de história.

A pedido da equipe da revista americana especializada Architectural Digest, a historiadora de arquitetura medieval Meredith Cohen desvendou quais castelos reais pertenceram às princesas do mundo mágico dos estúdios Disney, embora com suas próprias alterações, adaptações e licenças poéticas que fazem da realidade um tanto mais fantástica.

Alguns deles eram velhos conhecidos do time de Nossajá escrevemos sobre o Neuschwanstein e sua semelhança com o Castelo da Cinderela (que não foi o único que ele inspirou) aqui —, outros não. Alguns têm suas inspirações refletidas nas versões "de verdade" dos castelos nos parques, enquanto outros são mais uma fonte de referência.

Deslize as galerias abaixo e faça um exercício de observação ao estilo "antes e depois" e também conheça mais detalhes de cada um destes locais que podem definir sua próxima viagem. Afinal, quem disse que amante de Disney só sai de férias em Orlando, na Califórnia, em Paris e etc.?

Castelo da Branca de Neve é... Álcazar de Segóvia

O castelo medieval de Álcazar de Segóvia, na Espanha, está por trás da inspiração do castelo da rainha (e depois da protagonista) em "Branca de Neve e os Sete Anões".

À Architectural Digest, Meredith Cohen opina que esta é uma boa representação animada da construção real, pois respeita muitos de seus elementos realísticos, como as pequenas janelas e a fachada rochosa — estruturas de defesa dos castelos medievais que espantavam intrusos.

A única diferença é que o castelo original possui menos torres. "O exagero delas é algo que a Disney acrescentou para dar uma sensação mais mágica, de quase fantasia", acredita a especialista.

Castelo da Bela Adormecida é... Castelo de Neuschwanstein

Neuschwanstein é realmente importante para a mitologia da Disney. Além de ter inspirado o castelo do rei Stefan, onde Aurora nasce em "A Bela Adormecida" e onde depois comemora seu 16º aniversário, ele ainda teria inspirado o castelo da Cinderela.

A propriedade encomendada, na vida real, pelo rei Ludwig 2º da Bavária, ganhou elementos de outras eras na animação. Há torres de inspiração renascentista, gótica e escandinava, misturada a arcos também góticos, e a pluralidade desta interpretação fez dele uma referência: não à toa, o resultado dos dois castelos que o Neuschwanstein inspirou estão por trás do logo da Disney.

Castelo da Rapunzel é... Monte Saint-Michel

O chamado "Corona Castle" ("Castelo Corona") é quase uma cópia perfeita do Monte Saint-Michel, uma abadia beneditina em uma ilha remota da região da Normandia, na França. Mas não foi só a casca, ou melhor, as pedras que passaram da realidade à ficção. A Disney incorporou um pouco da própria história do Monte na trama de "Enrolados" — um detalhe que combina perfeitamente com o que se conhece da história de Rapunzel.

Isto porque o Monte Saint-Michel eventualmente se tornou uma prisão, somente acessível duas vezes ao dia quando a maré estava baixa. O isolamento na prisão de onde é difícil se libertar ou fugir casa perfeitamente com o sofrimento da personagem que se sentia um tanto inacessível para o mundo lá fora, presa em sua torre.

As marés podem ser interpretadas como suas tranças — uma pequena ponte ou conexão com o mundo exterior.

Palácio da Jasmine é... Taj Mahal

"Nunca vi um castelo real assim", diz a expert, embora a distinção tenha de ser feita: no caso de "Aladdin", a Disney optou por construir um palácio e não um castelo — tipicamente uma fortaleza medieval — para sua heroína. Se o intuito era retratar o aprisionamento mais sutil de Jasmine ou apenas acomodar o fato de que saímos da Europa Ocidental nesta trama, não fica bem claro, mas a adaptação funciona.

No entanto, "eles tomaram liberdades com as culturas das quais se inspiraram", acredita Meredith Cohen. Ela vê não só parte do Taj Mahal no Palácio de Agrabah, mas elementos das abóbadas de Igrejas Ortodoxas, como as vistas em Moscou, na Rússia. Atualmente, a trama contém um aviso no início que reconhece que o mix de tantas culturas em uma mesma "sopa" não foi uma opção correta.

Castelo de Anna e Elsa é... Akershus & Borgund

"Frozen" toma de empréstimo elementos de duas estruturas reais: a Fortaleza de Akershus (no segundo slide acima) e a Igreja de Madeira de Borgund (no terceiro). A opção da Disney é compreensível, já que a trama é baseada em uma lenda escandinava e as duas construções ficam próximas, na Noruega.

Enquanto o forte ao redor do castelo de Arendelle tem muito da estrutura existente no entorno da Fortaleza, que a protege, o interior da residência é mesmo bastante parecido com a Igreja de Madeira, especialmente em suas torres e telhados pontiagudos. O local, na animação, também é feito em madeira. "Eles fazem [este tipo de adaptação] porque igrejas são geralmente o que tem de mais excitante na Idade Média", concorda Meredith.

Castelo da Mérida é... Eilean Donan & Dunnottar

Em "Valente", o castelo de DunBroch é baseado em outros dois escoceses: o castelo de Eilean Donan (no segundo slide acima) e de Dunnottar (no terceiro). Apesar de a semelhança ser bastante evidente entre a animação e os originais, por assim dizer, a historiadora observa que a Disney mais uma vez fez uso de sua licença poética na incorporação da arquitetura à história.

A principal é que a trama de Mérida se passa no século 10, mas os castelos de rochas como este só começaram a ser construídos no século 11. O espaço ainda parece um tanto desgastado, o que seria nada usual com pessoas ainda os habitando. Eles seriam bem cuidados e relativamente recentes, na Idade Média. Portanto, o estado visto nas telas serviu mais como ferramenta narrativa para simbolizar o desgaste entre clãs.