Topo

Igreja de árvores é, mais do que templo, um cartão-postal da Nova Zelândia

Ohaupo TreeChurch, na Nova Zelândia - Divulgação
Ohaupo TreeChurch, na Nova Zelândia Imagem: Divulgação

De Nossa

30/04/2022 04h00

Uma igreja na Nova Zelândia conquista, desde 2015, visitantes mesmo sem nenhuma inclinação religiosa. O motivo? Sua estrutura única e de tirar o fôlego.

Feita de árvores, folhagens, flores e outras plantas, a Ohaupo TreeChurch, em Waikato, fica não à toa no meio de um jardim. A única porção não orgânica de sua composição é uma espécie de esqueleto em ferro, que suporta a vegetação.

Seu teto é composto de Amieiro, uma árvore europeia também comum ao sudoeste asiático e ao norte da África, as paredes são formadas por arbustos de Dodonaea púrpura, camélias, bordo e ciprestes.

Nem sempre a paisagem foi tão rica: nos anos 1980 e 1990, boa parte da área onde hoje estão os jardins e a igreja era ocupada por uma horta que, aos poucos, passou a ganhar mais e mais camélias. Em 2005, no entanto, o fazendeiro dedicado à produção de leite Barry Cox comprou as terras e decidiu investir em transformá-las em uma espécie de enorme jardim particular.

Ele transplantou árvores já grandes, em sua fase adulta, para o terreno e diversificou a vegetação durante alguns anos. Em 2011, no entanto, durante um dia de trabalho, decidiu que o local precisava de uma igreja.

Depois de muito pesquisar referências, ele se inspirou em Monet — um notório fã de jardins em suas pinturas — e decidiu que sua capela seria feita de árvores, assim como o restante da paisagem. No entanto, ele se dedicou a procurar espécies distintas para destacar a diferença entre as porções da estrutura, como teto e paredes, de maneira semelhante ao que ocorreria em uma obra de alvenaria.

Com a expansão dos jardins, que ganharam também um labirinto, Cox relata que amigos passaram a pedir para realizar seus casamentos no local. Aos poucos, a Ohaupo TreeChurch se popularizou e, em 2015, abriu suas portas ao público.

Durante o lockdown neozelandês na pandemia, em 2020, o idealizador da igreja decidiu, contudo, vendê-la. Ele entregou seu projeto a Chris e Bev Gatenby, o primeiro um ex-funcionário que havia trabalhado por quatro anos com Cox cuidando da área.

Apesar de a dupla já ter anunciado expansões e alterações no local, a capela se mantém com o seu altar em mármore — presente da paróquia católica onde Barry Cox foi coroinha na infância — e assentos para 100 convidados acompanham as cerimônias românticas em meio a flores e muito verde.

A Ohaupo TreeChurch funciona apenas aos domingos por temporada, sempre de outubro a abril, quando fecha para o outono devido a perda de folhagens da estação. No entanto, ela deverá abrir excepcionalmente neste outono por um dia, o próximo 8 de maio, para a celebração do Dia das Mães, em tempo para os primeiros visitantes brasileiros que poderão voltar ao país pela primeira vez desde o início da pandemia a partir de domingo (1).

Sua reabertura está programada para 23 de outubro e ela continuará a receber visitantes e noivos até 30 de abril, fechando excepcionalmente no dia de Natal — 25 de dezembro. Adultos pagam 20 dólares neozelandeses ou R$ 64, enquanto crianças de 5 a 14 anos têm direito à meia entrada.

Menores de 5 anos entram gratuitamente. Famílias — sempre sem pets — de quatro pessoas ou mais com, no mínimo, dois adultos e duas crianças pagam pacote de 50 dólares neozelandeses ou cerca de R$ 160. O local oferece acessibilidade a cadeirantes.