Forno ou micro-ondas: qual leva a melhor? Saiba quando usar cada um

Apesar de o forno micro-ondas ter sido inventado em 1947, ele só se tornou realmente popular no Brasil na década de 1990.

Desde então, ele ocupa papéis diferentes em cada casa. Enquanto em algumas famílias ele fica relegado à função de requentar o "restodontê", em outras ganha o status de protagonista, geralmente ocupado pelo forno convencional.

Dia a dia com os equipamentos

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Para além dos costumes, cada um dos equipamentos tem as suas vantagens. Entenda a tecnologia de cada um deles.

Como funcionam

De modo geral, o que muda é como cada um aquece os alimentos que são colocados lá dentro. O forno convencional traz uma fonte de calor (que pode ser a chama ou uma lâmpada) aliado a uma ventoinha, que circula o ar mais rapidamente.

"Ou seja, ele une irradiação e convecção, por isso o cozimento é mais lento, uniforme e gradual, proporcionando itens dourados e de crosta ou pele crocante", destaca Lucas Medina Brandão, professor de Gastronomia do Centro Universitário Senac, na unidade Santo Amaro.

Já o micro-ondas tem uma tecnologia bem diferente: "ele aquece os alimentos ao agitar suas moléculas de água, via ondas eletromagnéticas", define Brandão. Dessa forma, o cozimento age de dentro para fora e é bem mais rápido, porém não muito uniforme e sem trazer o aspecto dourado.

O que vai melhor onde?

Suellen Bley, docente do curso de nutrição da FMU, acredita que uma boa forma de triar qual receita vai melhor em cada eletrodoméstico é pensar no grau de complexidade dela.

"No micro-ondas, preparações mais simplórias tendem a ter resultados positivos, como arroz, pipoca e bolo. Pratos mais elaborados respondem melhor no forno convencional", conta.

Ficou com dúvidas? Brandão dá a letra: "diria que receitas que envolvam muito líquido, como arroz, grãos, sopas vão melhor no micro-ondas, mesmo cozimento de vegetais no vapor. Já as comidas que queremos gratinar ou dourar, como as carnes e aves assadas, tortas, quiches, e pães, vão no forno tradicional", define o especialista.

Resumindo:

• Forno convencional: proteínas assadas, massas (tortas, quiches, pães e bolos) e assados (batatas ou massas e arrozes cremosos)
• Micro-ondas: grãos (como o arroz), sopas, vegetais cozidos, massas pequenas (como bolos de caneca), pipocas, omeletes e comidas congeladas

Há ainda receitas que podem usar ambos os tipos de preparos. "Aves inteiras e grandes peças de carne podem ser iniciadas em forno comum, para ganhar cor, e depois levadas ao micro-ondas para finalizar o cozimento rapidamente, sem queimar por fora".

Para tortas salgadas, a lógica é a oposta: começar no micro-ondas para cozinhar e seguir para o forno convencional para adquirir cor e textura crocante.

E na hora de requentar?

Nesse momento, o micro-ondas é o campeão! "Por praticidade, versatilidade e tempo, o micro-ondas acaba sendo o queridinho da população brasileira", resume Bley.

A exceção fica por conta das frituras e dos pães. Nesses casos, o forno convencional se sai melhor.

Confira algumas dicas para reaquecer pratos no micro-ondas:

• Utilizar potes de vidro ou plástico livre de BFA (bifesnol A)
• Fazer uma pequena abertura em alimentos com casca
• Esquentar refeições completas (marmitas) com tampa

E se tiver que escolher só um?

Bley diz que não há resposta certa: tudo depende do seu objetivo e tempo. Para quem pretende cozinhar mais, "o forno convencional possibilita ampliar inúmeras preparações gastronômicas", considera a especialista. Agora se na sua maior demanda é o delivery e os restos na geladeira, investir no micro-ondas acaba sendo a melhor pedida.