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Após 19 anos viajando de graça escondida em voos, mulher é presa nos EUA

Marilyn Hartman conseguiu "invadir" três voos comerciais desde 2014 se aproveitando de problemas na segurança - Departamento de Polícia de Chicago/The New York Times
Marilyn Hartman conseguiu 'invadir' três voos comerciais desde 2014 se aproveitando de problemas na segurança Imagem: Departamento de Polícia de Chicago/The New York Times

De Nossa

23/03/2021 16h56

Marilyn Hartman tem 69 anos e é considerada uma passageira clandestina em série. Ao longo de 19 anos, ela entrou em trinta voos escondida, sem ter comprado nenhum bilhete.

Ela foi detida no Aeroporto Internacional O'Hare, em Chicago, na última terça (16) e estava sendo rastreada eletronicamente por fugir da casa de recuperação onde estava e quebrar os termos de sua liberdade condicional por ter cometido o crime no mesmo aeroporto, em 2019.

A prisão aconteceu dois dias depois que a idosa deu uma entrevista para a CBS2, canal norte-americano de TV, dizendo que estava farta da prática ilegal.

No programa, ela conta que resistia em aparecer falando na mídia "até que estivesse confiante de que não pegaria um voo ilegal novamente". Marilyn aproveitou o momento para dizer que estava se aposentando da função.

O que tenho a dizer é: nunca consegui embarcar sozinha em um avião - sempre fui deixada passar. Quer dizer, consegui passar pela fila de segurança sem um cartão de embarque".

De acordo com ela, a entrada em voos "gratuitos" começou em 2002. Sua primeira viagem clandestina foi internacional: viajou para Copenhague, na Dinamarca. A segunda também. Foi para Paris.

Seattle, Phoenix, Filadélfia, Atlanta, San Francisco e Londres foram outros destinos visitados pela senhora sem pagar 1 centavo na passagem.

A primeira prisão aconteceu em agosto de 2014, quando voava de San Jose para Los Angeles, dentro da Califórnia. Embora o juiz a tenha advertido para não voar novamente dessa forma, ela voltou ao tribunal em sete meses.

Segundo o "The Times of London", a idosa sofre de transtorno bipolar e foi declarada incompetente para prosseguir no tribunal. À CBS2, ela disse ainda que cresceu em uma casa cheia de "violência e doenças mentais".

Apesar de parecer satisfeita com a prática, Marilyn diz o contrário:

Quando peguei o avião, não fiquei feliz. Não fiquei 'Ah, vou para cá ou para lá', fiquei deprimida."

Hartman compareceu ao Tribunal do Circuito do Condado de Cook em Illinois na quinta-feira (18) e está detida na Cadeia do Condado de Cook. Ela não pode pagar fiança ou ser libertada, disse seu advogado, Parle Roe-Taylor, à CNN.