Coronavírus: comprar roupas online é opção, mas como evitar contágio?
Assim como na área de alimentação, em que pedidos por delivery aumentaram significativamente em consequência da chegada do coronavírus e isolamento social no Brasil, o universo da moda também foi impactado. Hoje, muitas pessoas recorrem à compra online de roupas.
De acordo com a Abcon (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico), as vendas na internet tiveram um aumento de aproximadamente 80% desde a recomendação da OMS (Organização Mundial de Saúde) para ficar em casa.
Ainda que não se tenha a necessidade de ir até uma loja ou shopping, os consumidores se perguntam como a indústria da moda está se comportando para a proteção de seus funcionários e dos clientes.
Home office e vacina
No Brasil, a Privalia, outlet online de moda, informou em comunicado que está operando com seus funcionários em regime de home office e revezamento das equipes que precisam atuar presencialmente. Medidas de cuidados com as peças transportadas, como a lavagem com água e sabão e a higienização das embalagens com álcool, estão sendo feitas.
Já a Amaro, que funciona por meio de compras na internet e guide shops (quando produtos são selecionados na loja e entregues em casa), liberou frete grátis para todas as compras e campanhas nas redes sociais.
"Internamente, além do home office, a companhia antecipou a campanha de vacinação da gripe, que será gratuita para os funcionários, além da criação de um canal direto com o RH para orientações sobre o vírus", informou a empresa ao Nossa.
"O centro de distribuição está funcionando com número reduzido de funcionários e respeitando a distância entre pessoas, há a higienização constante dos equipamentos, luvas específicas para manipulação de embalagens e acesso restrito de parceiros", acrescentam.
Cuidados do consumidor ao receber as peças
De acordo com o professor de virologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Jônatas Abrahão, ainda que as lojas online garantam todo cuidado na seleção, embalagem e envio das peças, é possível que as roupas sejam entregues com partículas do vírus.
No entanto, não é motivo para pânico. Alguns cuidados tanto com o pacote como com a peça enviada ajudam a prevenir o contato com o coronavírus.
"A primeira coisa é não ter contato direto com o entregador. Depois disso, após lavar bem as mãos usando água e sabão, abara as caixas em uma superfície que possa ser facilmente higienizada posteriormente", alerta Jônatas. "Também é recomendado, para maiores cuidados, lavar a roupa com água e sabão a fim de evitar um possível contágio".
O outro lado da moda afetado pelo coronavírus
Embora o comércio online das roupas tenha crescido e isso ajude o mercado, a moda também tem sofrido com o coronavírus.
No Brasil, a São Paulo Fashion Week cancelou os desfiles, que aconteceriam entre os dias 27 e 28 de abril. A La Garçonne, por exemplo, apresentou no começo de março, na capital paulistana, o desfile a portas fechadas, divulgado e transmitido apenas por meio de plataformas na internet.
"É o momento para as pessoas criarem novos formatos de apresentação de coleção. Talvez, depois dessa crise, as temporadas de moda mudem para sempre. Foi muito disruptivo", declarou Lilian Pacce, jornalista, escritora, curadora e consultora de moda brasileira, em canal no YouTube.
Na Europa, Giorgio Armani fez o mesmo com a coleção outono-inverno 2021 na Semana de Moda de Milão — a última apresentada antes da pausa das produções.
Já as coleções Cruise, coleções de meia-estação ou intermediárias apresentadas em passarelas adaptadas ao redor do mundo, também tiveram seus lançamentos cancelados.
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