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Nova cepa impede britânicos de viajar para festas de fim de ano

Getty Images
Imagem: Getty Images

21/12/2020 15h20

Alison é, em geral, otimista, mas confessa que chorou quando seu voo de retorno para o Reino Unido por ocasião das festas de fim de ano foi cancelado, com apenas alguns dias de antecedência.

"Achava que seria um descanso merecido e também sinto um pouco de saudade", disse à AFP esta britânica de 30 anos que trabalha como babá em Roma.

Ela é uma das muitas pessoas que se viram entregues à própria sorte, no momento em que países ao redor do mundo suspendem as viagens para o Reino Unido depois que uma nova cepa da covid-19 foi descoberta no território e está se espalhando de forma incontrolável.

Alison reservou sua passagem de avião, mesmo sabendo que seria obrigada a ficar dez dias em isolamento ao chegar ao apesar de saber que seria forçada a se isolar por 10 dias ao chegar ao Reino Unido e se submeter a um teste antes de voltar para Roma.

"Ainda assim, valia a pena ver minha família por alguns dias. Meus pais são idosos e têm problemas de saúde que me preocupam", completou.

Ela não teve escolha a não ser se resignar a permanecer na Itália, reconhecendo que sua situação poderia ser ainda pior.

"Meus empregadores foram muito legais, mas para eles também vai ser incômodo ter um convidado inesperado no que deveria ser uma reunião familiar íntima" para o Natal, acrescenta Alison.

No sábado, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, anunciou novas restrições, por causa da rápida propagação da nova cepa da covid-19, uma medida que rapidamente desencadeou uma onda de proibições de viagens.

Cenas caóticas foram registradas em aeroportos alemães, com passageiros dos últimos voos do Reino Unido detidos por longas horas enquanto eram testados para o coronavírus.

Vários outros países europeus seguiram o exemplo, bem como Hong Kong, Índia, Israel e Turquia.

Julian Elliott, um fotógrafo britânico especializado em viagens, que mora na França, irritou-se por ficar bloqueado depois de viajar para o Reino Unido para o enterro de sua avó.

"Isso é algo simplesmente ridículo", disse ele à AFP, falando da casa de seu pai, em Salisbury (sudoeste da Inglaterra).

"É uma reação extrema. Por que eles não testam as pessoas no aeroporto? Existem muitas maneiras melhores de lidar com isso", acrescenta Julian.