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OPINIÃO

Mauro: Torcedor fica com raiva da CBF e da seleção por causa do calendário

Do UOL, em São Paulo

13/07/2021 04h00

A seleção brasileira perdeu a final da Copa América para a Argentina em uma competição que teve a irritação de jogadores como Neymar e Thiago Silva por brasileiros que preferiram ver Lionel Messi vencer seu primeiro título com a camisa alviceleste, em um momento no qual a relação do torcedor brasileiro não é tão próxima com a seleção nacional.

No podcast Posse de Bola #142, Mauro Cezar Pereira afirma acontece uma autossabotagem por parte da CBF devido ao calendário que desfalca os clubes nas datas Fifa, já que as competições brasileiras não param no período em que os jogadores estão com suas respectivas seleções.

"Eu acho que tem um agravante também e isso ficou claro nessa Copa América, algumas torcidas, especialmente nesse ano do Flamengo, isso pode acontecer com qualquer uma outra, pelos desfalques provocados pela CBF, porque é a CBF que provoca o desfalque, não é a seleção do Uruguai que leva o Arrascaeta, leva o Viña, do Palmeiras, ou a do Paraguai, que leva o Gustavo Gómez, a da Venezuela que leva o Savarino, é o calendário da CBF e o torcedor sabe disso”, diz Mauro Cezar.

"Qual é a tendência? Você fica com raiva da CBF e você vai ficar com raiva da seleção. Se não tiver raiva, você não vai ter muito apego por ela, porque você sabe que a sua paixão maior, que é o seu clube, está sendo prejudicada por conta daquela entidade que é responsável por aquele time que joga de amarelo, então acaba gerando aí uma outra reação, porque entre o clube e a seleção, as pessoas preferem o clube, acho que isso é geral, mesmo entre os ingleses, argentinos também, mas lá não tem jogo dos times deles, tem só a seleção”, completa.

O jornalista também afirma que há uma diferença dos brasileiros na relação com seus próprios clubes em comparação a argentinos e uruguaios, citando que há casos em que o torcedor só acompanha seu time nos momentos de alta.

"Passa muito também pela questão até cultural de como o brasileiro se relaciona até com o seu time. Certamente, todos nós já conversamos em algum momento com algum torcedor, seja lá de qual time for, e você pergunta 'seu time, como é que está?', e o cara responde 'não estou nem acompanhando, uma porcaria, nem quero saber'. É muito comum", diz Mauro Cezar.

"Pode ser o porteiro do seu prédio, seu melhor amigo, seu pai, seu irmão, o vizinho, o colega da faculdade, do trabalho, em algum momento você já ouviu isso. Na Argentina acontece o contrário, no Uruguai também, a cultura deles é outras é aquela história de estar do lado do time especialmente nos piores momentos", conclui.

Posse de Bola: Quando e onde ouvir?

A gravação do Posse de Bola está marcada para segundas e sextas-feiras às 9h, sempre com transmissão ao vivo pela home do UOL ou nos perfis do UOL Esporte nas redes sociais (YouTube, Facebook e Twitter).

A partir de meio-dia, o Posse de Bola estará disponível nos principais agregadores de podcasts. Você pode ouvir, por exemplo, no Spotify, Apple Podcasts, Google Podcasts, Amazon Music e Youtube --neste último, também em vídeo. Outros podcasts do UOL estão disponíveis em uol.com.br/podcasts.