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Mauro Cezar: Agora as pessoas começam a nutrir ódio pela seleção brasileira

Do UOL, em São Paulo

16/11/2020 18h07

Em três jogos disputados nas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2022, a seleção brasileira comandada por Tite conseguiu 100% de aproveitamento e volta a campo amanhã contra o Uruguai, mas as atuações dentro de campo não animam e o desfalque a clubes devido ao calendário brasileiro que não para durante a Data Fifa incomodam o torcedor.

No podcast Posse de Bola #74, Mauro Cezar Pereira analisa o que considera uma cultura do ódio à seleção brasileira que tem sido criada, situação que vai além de apenas não se importar com a seleção, como era natural para muitos.

"A seleção brasileira eu acho que ainda dá alguma audiência em televisão e tudo porque não tem outra coisa acontecendo, um jogo isolado ali, só tem aquele jogo, o cara está em casa mesmo liga e vê, vê até para reclamar. E é incrível porque a seleção brasileira está criando cada vez mais, ainda mais com essas convocações, jogador que se machuca e desfalca o time, uma cultura do ódio à seleção, as pessoas começam a achar legal odiar a seleção", diz Mauro Cezar.

"Uma coisa é você não ligar para a seleção, você 'eu não ligo para a seleção, na Copa do Mundo sim eu ligo, torço e tal, mas fora isso eu não me incomodo muito, não', tem muito torcedor assim e sempre houve, ok. Mas agora a coisa está mudando e as pessoas começam a alimentar, a nutrir uma bronca pela seleção brasileira, especialmente com essas situações de desfalques e jogador machucado", completa.

Mauro diz que há expectativa para o jogo com o Uruguai amanhã é maior devido ao adversário tradicional, que conta também com bons jogadores, mas não exatamente pelo que tem feito em campo a seleção de Tite, citando o desempenho na vitória sobre a Venezuela na última sexta-feira (13).

"É claro que o Tite não tem o tempo ideal para trabalhar com os jogadores, é evidente que ele também sofre com os jogadores que não estão a sua disposição, da sua lista que seria a original, por conta da covid e lesões, mas também é evidente que todas as outras seleções enfrentam as mesmas dificuldades, o Tite fez contra a Venezuela o seu jogo número 51 à frente da seleção da CBF, e o José Peseiro, português, fez o terceiro jogo dele à frente a seleção da Venezuela. Tem lá alguns jogadores interessantes? Tem, especialmente o Soteldo. Claro, tem jogador jogando na Espanha, tem jogadores que são internacionais no time da Venezuela, a Venezuela não é mais um time ingênuo para ser goleado com frequência como no passado, mas ainda é Venezuela", diz o jornalista.

"Eu acho o Tite muito preso a algumas ideias nas quais ele tenta encaixar os jogadores, nem sempre utilizando os jogadores da melhor maneira, da maneira que eles podem render mais. E foi um jogo bem melancólico, um jogo muito fraco. Agora essa partida de terça-feira até desperta um interesse maior pelo adversário, pelo fato de ser o Uruguai, pelos jogadores que o Uruguai possui, a vitória do Uruguai agora na Colômbia, o time se recuperando nas eliminatórias depois de um começo ruim, então isso tudo faz com que o jogo fique mais atraente, por conta do adversário, nem tanto pela seleção brasileira, porque não me parece que as pessoas tenham uma grande expectativa de uma grande atuação ou de um futebol que anime minimamente", conclui.

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