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Sem esquecer o jiu-jitsu, Karla Gracie aposta na carreira de cantora de rap

Karla Gracie e o pai, Pierino De Angelis, mestre faixa vermelha e branca de jiu-jitsu - Reprodução/Instagram
Karla Gracie e o pai, Pierino De Angelis, mestre faixa vermelha e branca de jiu-jitsu Imagem: Reprodução/Instagram

Ag. Fight

08/09/2020 06h00Atualizada em 08/09/2020 10h35

Membro da família responsável por aperfeiçoar e difundir o jiu-jitsu em escala global, Karla Gracie escolheu outra opção: a música, mais especificamente o rap, como forma de se expressar e trilhar um caminho — mas sem esquecer da arte suave.

A carioca chegou a ser faixa-roxa, seguindo a tradição da família, famosa no mundo das lutas por parte de mãe. Hoje, Karla tem dois singles, o mais recente chamado 'Bonnie & Clyde', e um álbum gravado, ainda sem data para ser promovido. Tudo produzido em parceria com Rodriguinho - cantor, compositor e produtor musical

Karla também é filha de Pierino De Angelis, mestre faixa vermelha e branca de jiu-jitsu, e principal incentivador da filha nos tatames.

"Eu já cresci no tatame. Foi uma coisa bem natural para mim. Quem é da família Gracie é a minha mãe, mas meu pai é faixa vermelha e branca. Então, ele que colocava mais pressão para eu treinar. Mais do que minha mãe", disse ela.

Karla viu que o tatame não era seu único caminho aos 12 anos, mas continuou lutando até hoje.

"Eu treino desde pequena, mas teve uma época, com 12 anos, que eu quis parar, mas ele não deixou. Só que com 19 anos eu engravidei, e tive que parar de treinar. Depois eu fiquei focada em ser mãe, e acabou que eu não voltei tão assídua como antes. Mas agora, depois da quarentena, eu estou voltando a treinar e pretendo ir até a (faixa) preta", contou.

Música e luta

Sobre a carreira musical, ela aponta ensinamentos do jiu-jitsu que ajudam, como a disciplina.

"A música é uma carreira muito instável. E quando você escolhe essa carreira, você tem que ter muita coragem e muita determinação mental, porque você não sabe se vai dar certo ou não. E é uma coisa que meu avô ensinava para a gente: o poder da mente. Não existe a opção de dar errado. Vai dar certo", disse.

Ainda que a pressão familiar possa ter sido grande, o desejo de seguir a carreira artística falou mais alto para a jovem, que desde a infância esteve conectada à dança e ao canto, e manteve o interesse ao escolher o curso que estudaria na faculdade.

"Desde que eu era pequena, eu já queria ser cantora. O tempo foi passando, eu entrei para a faculdade, e fui dando os passos Eu estudei canto lírico durante um período da minha vida. Eu amava dançar, fiz dança a minha vida inteira. Fiz balé, fiz jazz. Tem uma pessoa da família que é DJ, que mora em Las Vegas. Acho que não tem mais ninguém ligado à música", relembrou a carioca.

Sobrenome

Apesar do pouco interesse da família em geral pelo mundo da música, Karla não descarta a possibilidade de seu sobrenome ajudá-la de alguma forma na carreira. A natureza democrática dos tatames e o sentimento de pertencimento a uma grande família fazem com que Gracie seja bem vista em diversos ambientes, inclusive o artístico.

"Até porque minha família conhece muita gente. O que eu acho mais legal do jiu-jitsu é que dentro do tatame não tem diferença, todo mundo é igual. O pobre, o rico, o famoso, o desconhecido. Todo mundo é igual ali", ponderou.

Sobre a produção de Rodriguinho, ela agradece o suporte do cantor.

"A gente se conheceu, eu mostrei o meu som para ele, ele curtiu, acreditou no meu trabalho e a gente começou a trabalhar junto. Ele tem muita experiência na música, tem muito conhecimento musical. É um suporte muito grande que eu tenho. Fico muito feliz de trabalhar com uma pessoa igual a ele, até porque, além de músico, ele é uma pessoa muito boa", comentou.