Armadora leva ao Jogo das Estrelas LBF história que une basquete e família

Convocada para o Jogos das Estrelas da Liga de Basquete Feminino, Tassia Carcavalli, do Santo André e com passagens pela seleção brasileira, tem no basquete uma caminhada que ultrapassa as quatro linhas e se entrelaça com a história familiar.

A ala/armadora deu os primeiros toques na bola aos seis anos, por influência da irmã, Tatiane, que já praticava. Mais tarde, a mãe Elizabete começou a trajetória no esporte para apoiar a filha e se tornou a "Tia Bete" para as atletas do Campinas.

Minha família sempre me apoiou muito, principalmente minha mãe e minha irmã, sempre estiveram ao meu lado. E tem minha noiva Yasmin também, que atualmente mora comigo. Ela me incentiva muito, me fala a verdade, ajuda e auxilia. Então eu sei que essas pessoas fazem muita diferença na minha vida e na minha carreira.

Tassia chamou a atenção de um projeto em Americana, em 2007. Para aceitar o convite e embarcar para outra cidade, a jovem fez um pedido: que a mãe fosse junto. E assim foi feito.

Dona Elizabete passou a ser uma espécie de governanta de uma república onde as jovens atletas moravam. Anteriormente, em São Paulo, a "Rainha", como Tassia costuma se referir nas redes sociais, trabalhava como manicure e faxineira.

Eu sou suspeita para falar. [Minha mãe] É a pessoa que mais me apoiou desde o começo da minha carreira e, como falei, sempre me manda mensagem, conversa por telefone. E quando eu vou mal, ela fala. Quando vou bem, ela fala. Não passa a mão na minha cabeça. É uma pessoa que sempre me incentiva, sempre, e isso faz muita diferença para mim.

Desde então, a vida no basquete foi de encontros e desencontros entre mãe e filha. "Tia Bete" ficou até 2017 em Americana. Posteriormente, participou da criação do basquete feminino de Campinas.

Em 2019, Bete e Tassia se encontraram em Campinas. A mãe permanece no clube, enquanto, hoje, a ala/armadora atua pelo Santo André.

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Neste caminho, elas aprenderam a lidar com as emoções. Quando o esporte as coloca em lados opostos vez ou outra, a distância dura apenas por quatro quartos.

"Já me acostumei. No começo, ficava bem nervosa, acredito que ela também, porque é aquela mistura: 'vou torcer para a minha filha, mas meu time tem que ganhar'. E sempre quando nos encontramos é a mesma coisa: 'Olha, filha, eu vou torcer por você, para você jogar muito bem, mas hoje eu vou ganhar', e eu fico: 'Eu que vou ganhar'", disse.

"Sempre tem esse tipo de brincadeira, mas eu sei que no coraçãozinho dela, ela sempre está torcendo por mim. Só que ali é o time dela, vai defender o time", completou.

No Jogo das Estrelas, Elizabete não estará na arquibancada. "Infelizmente, ela não vai lá assistir porque é longe, mas ela vai ver pela televisão, com certeza, e vai mandar energia boa para mim".

O que mais Tassia disse

Como faz para matar a saudade? "Sinceramente, isso é uma das partes mais difíceis, porque Santo André e Americana, que é onde elas moram, parece perto, mas não é. E o tempo está curto, são muitos jogos, pouco tempo de folga, então, o único meio é através da tecnologia. A gente telefona, é mensagem, é ligação por vídeo, é o que dá para matar um pouquinho da saudade, não é igual pessoalmente, muito longe disso, mas é a forma que a gente tem para matar um pouco da saudade, conversar bastante."

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Qual é a expectativa para o Jogos das Estrelas? "É a melhor possível, estou muito feliz de fazer parte de mais um Jogo das Estrelas, de mais uma festa do basquete feminino, tenho certeza que vai ser muito legal, que vai ter bastante gente lá torcendo para nós e aproveitando essa festa".

Quais os próximos planos para a carreira? "Na verdade, procuro não pensar muito nisso. A única coisa que eu penso é que eu vou jogar até onde meu corpo aguentar. Sabemos que vai passando o tempo e vai aumentando as limitações físicas, então, não dá para dizer exatamente o que vai acontecer, mas eu tento me cuidar o máximo possível para poder jogar o maior tempo que conseguir, e quando meu corpo achar que não dá mais, eu vou saber que é hora de encerrar minha carreira".

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