Paris-2024: Quem são os primeiros anunciados para o Vivência Olímpica

O Comitê Olímpico do Brasil (COB) anunciou, durante evento que marcou os 100 dias para os Jogos Olímpicos, os dois primeiros nomes que vão integrar o programa Vivência Olímpica: Taiane Justino, do levantamento de peso, e Ryan Kainalo, do surfe.

Para Paris-2024, o comitê ainda vai divulgar mais 10 atletas que vão fazer parte do projeto. O programa retorna à ativa após paralisação nos Jogos de Tóquio devido à pandemia de covid-19.

Da Mangueira para Paris

Taiane Justino tem 20 anos e é do levantamento de peso. Ela começou a prática esportiva na Vila Olímpica da Mangueira, no Rio de Janeiro, mas os primeiros passos foram em outras modalidades: arremesso de peso e lançamento de martelo.

O levantamento de peso aparecia em meio aos treinamentos. As atividades serviam para força, explosão e agilidade.

O núcleo de atletismo da Vila Olímpica da Mangueira faliu, e fiquei uns meses sem treinar, até que o técnico que me iniciou no levantamento do peso me convenceu a ir para a modalidade.

A atleta demorou a se apaixonar pelo levantamento de peso. Ela conta que a chave virou no Sul-Americano de 2019, a primeira competição internacional da vida dela.

Eu comecei participando de algumas competições pequenas, fui conquistando índices e classificações para maiores, mas ainda 'meio assim'. A minha família me incentivou bastante para continuar. Em 2019, a sensação de competir em uma plataforma e subir no pódio me despertou um outro sentimento. Voltei com vontade de querer viver isso.

Durante a pandemia, Taiane ficou um período sem poder treinar. Ela retomou as atividades na Vila Olímpica onde começou e depois foi para o centro de treinamento do COB.

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A jovem brasileira quebrou 10 recordes na Copa do Mundo de Phuket, na Tailândia, em abril. Foram 108 kg no arranco, 145 kg no arremesso e 253 kg totais. No geral, ela superou marcas do sub-20 e adulto, nacionais e sul-americanas.

Taiane não esconde a ansiedade para embarcar para Paris. "A expectativa está lá em cima, uma felicidade gigantesca. Estou me sentindo privilegiada por esse momento e tenho certeza que será uma experiência única".

A Vila Olímpica foi um dos pontos fundamentais para que eu conseguisse ser o que sou hoje. Foi onde o esporte me acolheu. Acredito que vem mudando a vida de muitos atletas, principalmente da comunidade Taiane Justino

O chamado do mar

Ryan Kainalo, de 18 anos, é do surfe. O deslizar nas ondas em cima da prancha foi herança de família, que ele abraçou e levou muito a sério.

O jovem nasceu em São Paulo, mas foi em Ubatuba que viu a paixão ganhar corpo. A cidade é um dos destinos preferidos dos amantes de surfe, e é indicada em roteiros para essa finalidade.

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O surfe sempre foi muito presente na minha família inteira, então foi algo bem natural. Minha família tem casa em Ubatuba e sempre íamos para lá, desde que eu era muito novo.

Ryan começou a participar de competições quando tinha 8 anos. Cedo também descobriu que disputar lugar no pódio era algo que lhe animava.

Com 12 anos, foi morar com os avós na cidade, que até então frequentava aos finais de semana. "Eu precisava ir à praia treinar. Então, foi algo que tivemos de mudar para poder conseguir avançar".

Ele venceu o mundial do ISA Junior, disputado no Rio de Janeiro, em dezembro. Ele também ajudou o time do Brasil a conseguir a vitória por equipes no torneio.

Estou bem feliz. A gente tenta não ficar muito ansioso, mas, ao mesmo tempo, já vai entrando na nossa cabeça (risos). Vou tentar acompanhar o surfe bem de perto e pegar eles como exemplo Ryan Kainalo

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