Convidado, Lula não deve ir aos Jogos Olímpicos de Paris

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não deve ir aos Jogos Olímpicos de Paris, marcados para começar no final de julho na França.

Paulo Wanderley, presidente do Comitê Olímpico do Brasil, confirmou neste fim de semana que convites foram enviados para Lula, assim como para líderes do Senado, Câmara e outros poderes.

Consultados pelo UOL, membros do Palácio do Planalto indicaram que o presidente "não deve ir".

A cooperação esportiva faz parte dos atos assinados entre Lula e o presidente da França, Emmanuel Macron, na semana passada. Em um dos textos, os chefes de estado afirmam que "Brasil e a França cooperam para a promoção e a troca de conhecimentos na área esportiva, em particular na perspectiva dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Paris deste ano".

Mas, depois de uma agenda internacional intensa em 2023, Lula optou por reduzir o número de viagens ao exterior em 2024, também levando em consideração a campanha às eleições municipais no segundo semestre do ano.

Para os franceses, os Jogos e a presença de líderes estrangeiros se transformaram em um pesadelo em termos de segurança. Com guerras, tensão geopolítica e a volta do alerta terrorista, os organizadores indicaram que vão ter 50 mil homens fazendo a operação de segurança do evento.

A abertura ao ar livre - e não dentro de um estádio - promete complicar ainda mais a organização.

Nos últimos anos, as aberturas dos Jogos ou de Copas do Mundo se transformaram em um teste de popularidade do anfitrião, da influência daquele país ou da demonstração das alianças políticas.

Em 2022, nos Jogos de Inverno de Pequim, o líder Xi Jinping mandou um recado ao dar um lugar de honra na abertura do evento ao russo Vladimir Putin, prestes a invadir a Ucrânia.

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Depois de Londres-2012 receber mais de 90 chefes-de-estado para seus Jogos e de Pequim-2008 somar mais de 70, as Olimpíadas do Rio-2016 acabaram sendo prejudicadas pelo caráter interino do governo brasileiro, da crise e, segundo o Itamaraty, pela "distância" que representa uma viagem até o país.

Naquele momento, o Itamaraty havia anunciado que 45 chefes-de-estado e de governo estariam na abertura dos Jogos Olímpicos. Mas o número total foi de apenas 18, sendo que os demais eram apenas vice-primeiros-ministros, governadores e autoridades de segundo escalão.

Estavam no Maracanã apenas os líderes máximos de Andorra, Argentina, Bélgica, Eslováquia, Fiji, França, Geórgia, Holanda, Hungria, Itália, Lituânia, Luxemburgo, Monaco, Paraguai, Portugal, República Tcheca, Servia e Suíça. Na lista do governo, o Planalto incluiu ainda os dignitários que, no fundo, eram membros do COI, como os de Luxemburgo e Monaco, e que tinham obrigação de estar em seu próprio evento.

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