Caso CBSk: prata olímpica pede para skatistas 'não se meterem em política'

Kelvin Hoefler, skatista que faturou a prata nas Olimpíadas de Tóquio, falou sobre o caso envolvendo a exclusão da CBSk (Confederação Brasileira de Skate) pela World Skate, principal entidade do skate internacional. A partir de agora, o esporte está sendo gerido pelo COB (Comitê Olímpico Brasileiro).

O que ele falou

Papel dos atletas. "A voz do skatista sempre será a mais importante, porém o skatista tem que analisar pelo que ele está lutando. O skatista tem que manobrar. Ser rebelde, sim, mas não se meter em política, e sim se unir e pedir uma estrutura melhor nos campeonatos e nas regras."

Novo comando. "O COB tem capacidade de tomar boas decisões políticas e já está acostumado com gestões de esportes. E se a gestão antiga não foi o que esperavam e deixou faltar inúmeras questões... não foi a minha decisão, e sim da World Skate. Só tenho que desejar e esperar que o COB e que a Skate Brasil façam um bom trabalho."

Polêmica muda algo no dia a dia? "Acredito que a mudança na gestão não irá impactar em nada na minha rotina como atleta. Eu sempre andei de skate, independente da confederação que administrava. Quem me apoiava eram os meus pais."

Futuro do skate brasileiro. "Eu só espero que melhore e que seja mais justo para todos. Esta é a única coisa que eu posso desejar, e não tentar controlar a decisão deles [World Skate]. Vou continuar andando de skate até as minhas pernas não aguentarem mais."

Relação pessoal com a CBSk. "Não existe qualquer rompimento. Somente não houve construção de uma parceria."

Entenda a polêmica

O Brasil tinha, até então, a CBHP (Confederação Brasileira de Hóquei e Patinação) e a CBSk como filiadas à World Skate. A organização internacional, no entanto, decidiu que todos os países com duas confederações unificassem suas pastas. O prazo para que isso acontecesse expirou no dia 31 de dezembro.

Inicialmente, a CBHP topou a fusão, mas a CBSk rejeitou a ideia após assembleias. O ano virou sem uma definição, fato que obrigou a World Skate a tomar uma decisão: retirar a CBSk de seu quadro de membros.

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A entidade internacional disse que a CBSk "recusou qualquer diálogo com a CBHP" e que "não apresentou nenhuma proposta" sobre o impasse. O texto diz ainda que houve uma "campanha difamatória na mídia" contra a World Skate.

A decisão também afirma que o COB é, a partir de agora, responsável pelo skate brasileiro até o fim das Olimpíadas. O órgão terá que fazer "a gestão técnica, esportiva e financeira do skate em todas as suas modalidades, incluindo a participação dos atletas brasileiros nas eliminatórias olímpicas até o final dos Jogos".

A World Skate — que também cuida de modalidades como o patinação — determinou ainda que a CBHP estabeleça um "órgão diretor único" no país. Com ou sem a CBSk, a confederação de hóquei e patinação deve finalizar toda a burocracia até abril.

Além do Brasil, outros 11 países tiveram imbróglios resolvidos pela entidade internacional: EUA, Turquia, Suécia, Eslovênia, Holanda, Letônia, Geórgia, Finlândia, Canadá, Rússia e Belarus.

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