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Surfe estreia final com mata-mata e tem Brasil mais favorito que em Tóquio

Gabriel Medina surfa em Trestles, Califórnia, palco das finais do Mundial de Surfe de 2021 - Reprodução/WSL
Gabriel Medina surfa em Trestles, Califórnia, palco das finais do Mundial de Surfe de 2021 Imagem: Reprodução/WSL

Marcello De Vico

Colaboração para o UOL, em Santos (SP)

06/09/2021 04h00Atualizada em 12/09/2021 20h52

Sabe aquele mata-mata que muitos torcedores ainda sentem falta no Brasileirão e segue sendo motivo para muito debates de futebol? Agora, é a vez de ele fazer a sua grande estreia no surfe mundial. Os cinco melhores surfistas da fase classificatória de cada categoria (masculino e feminino), entre eles quatro brasileiros, decidirão, em dia único e com confrontos eliminatórios, quem ficará com o título de 2021.

Se antes o título era dado ao surfista que mais somasse pontos ao final da temporada, agora um evento extra, o WSL Finals, definirá o campeão mundial de surfe em uma espécie de mata-mata.

O WSL Finals será disputado nas ondas de Trestles, na Califórnia (EUA), e deve começar a partir das 11h (de Brasília) desta segunda-feira (13).

"Estava ansiosa em dar essa notícia e estou muito feliz. O Yellow Alert é o aviso, com 24 horas de antecedência, para todos ficarem preparados para um possível início do evento. Então, basicamente, estamos anunciando que é grande a probabilidade de a competição rolar amanhã [hoje]", afirmou, neste domingo (12), a vice-presidente de circuitos e competições da World Surf League, Jessi Miley-Dyer.

No masculino, os cinco postulantes ao título são Gabriel Medina (1º), Italo Ferreira (2º), Filipe Toledo (3º), Conner Coffin e Morgan Cibilic.

No feminino, o troféu ficará entre Carissa Moore (1ª), Tatiana Weston-Webb (2ª), Sally Fitzgibbons (3ª), Stephanie Gilmore (4ª) e Johanne Defay (5ª).

Brasil 'favoritaço' ao título

Se o Brasil entrou como favorito no surfe masculino nos Jogos de Tóquio, o país verde e amarelo chega para a grande decisão na Califórnia com ainda mais chances de levar a taça. Primeiro por uma simples questão matemática: no Japão, Gabriel Medina e Ítalo Ferreira eram os favoritos ao ouro; no WSL Finals, Filipe Toledo junta-se a eles e dá ainda mais força ao time brasileiro.

Para deixar o Brasil ainda mais candidato ao título, vale destacar que, diferentemente das Olimpíadas, os brasileiros chegam para a disputa com uma considerável vantagem. Isso porque, na regra do WSL Finals, Gabriel Medina, primeiro colocado do ranking, terá apenas um adversário pela frente para sagrar-se campeão; Italo terá dois, enquanto Filipinho precisará passar por três rivais para conseguir o inédito título na carreira (veja como funciona abaixo).

WSL Finals masculino - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

Quer mais? O norte-americano Conner Coffin e o australiano Morgan Cibilic não venceram uma etapa sequer na atual temporada. A melhor colocação de ambos foi um vice: Coffin em Narrabeen (Austrália) e Cibilic em Rottnest Search (Austrália).

Em contrapartida, os três brasileiros vivem grande fase. Gabriel Medina levou duas etapas em 2021 (Narrabeen e Rottnest), assim como Filipinho, que venceu em Margaret River e Surf Ranch Pro. Já o medalhista de ouro Italo Ferreira faturou a competição de Newcastle.

Tatiana briga no feminino

Tatiana Weston-Webb compete no México - WSL - WSL
Imagem: WSL

O Brasil também chega à final feminina com chances reais de título. Tatiana Weston-Webb, que tem um quarto lugar (em 2016 e 2018) como melhor resultado até aqui, terminou a fase classificatória na segunda colocação e bem próxima à havaiana Carissa Moore, medalha de ouro em Tóquio e que busca o quinto título mundial de sua carreira.

"Tenho treinado muito aqui em Lowers, ajustando meus equipamentos com meu técnico e meu shaper, e me alimentando bem. Minha expectativa para a final é dar o meu melhor, surfar bem e me divertir sem pressão", disse Tati.