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Cícero Valdiran é bronze em prova cheia de recordes no lançamento de dardo

Cicero Valdiran em ação em Tóquio - Wander/CPB
Cicero Valdiran em ação em Tóquio Imagem: Wander/CPB

Colaboração para o UOL, em São Paulo

28/08/2021 10h22

A última prova do dia em Tóquio rendeu mais uma medalha para o Brasil, que foi mudando de cor até se tornar bronze. E foi para o peito de Cícero Valdiran, terceiro colocado no lançamento de dardo da classe F57 (para atletas com deficiência nos membros inferiores que competem em cadeiras de rodas). É a primeira medalha dele em Paralimpíadas, sendo a 23ª do Brasil no Japão.

Cícero, paraibano de 29 anos, começou a prova como recordista mundial e fez uma boa apresentação. Por causa da dificuldade de locomoção, nas provas de campo da classe F57, cada atleta faz seus seis lançamentos de uma só vez, diferente do tradicional modelo de apresentações alternadas no movimento olímpico e também em outras classes paralímpicas.

Dos seis lançamentos de Cícero, o melhor foi o terceiro, de 48,93 metros, que naquele momento era o novo recorde paralímpico. Mas depois só restou a ele torcer para não ser ultrapassado por seus adversários. E vinha dando certo até quase o final da prova.

Penúltimo a competir, o iraniano Amanolah Papi lançou o dardo três vezes acima do antigo recorde mundial do brasileiro, marcando 49,56m na sua melhor tentativa. O ouro parecia encaminhado para Papi, mas ainda faltava a apresentação de Hamed Heidari, do Azerbaijão, que deu um show ainda maior.

Depois de três tentativas frustradas, Heidari tomou o segundo lugar de Cícero no quarto lançamento. No quinto, estabeleceu um novo recorde mundial: 51,42m, ultrapassando a marca de Papi em quase dois metros, um feito enorme para uma prova tão equilibrada. Com o ouro garantido, ele nem fez o sexto lançamento e já partiu para a comemoração. Papi ficou com a prata e o brasileiro com o bronze.

Cícero, assim, continuou entre os melhores do mundo. Ele foi ouro no lançamento de dardo no Mundial de Dubai, em 2019, e no mesmo ano levou o ouro nos Jogos Parapan-Americanos de Lima. O atleta iniciou no atletismo em 2013 ao migrar da natação. Ele conheceu o esporte quando uma pessoa com deficiência o incentivou na rua a procurar o paradesporto. Cícero tem má-formação congênita bilateral nos pés.